Você já ouviu falar na
Ordem de Melquizedeque?
A
primeira referencia vem do livro de Gênesis, de um encontro entre Abraão e esse
Personagem misterioso; o qual, mais adiante, nos Salmos, é feito Representante
do Maior e Mais Superior Sacerdócio, e do qual o Messias é feito
Sumo-Sacerdote. Mais adiante, a epistola aos Hebreus diz que Jesus é esse
Sumo-Sacerdote Segundo a Ordem de Melquizedeque; sendo que o próprio
Melquizedeque foi um tipo ou Arquétipo de Cristo.
Ora,
a existência de Melquizedeque na Bíblia como sendo alguém que “vinha de fora”
da história linear que as Escrituras narram, especialmente focada na
descendência de Abraão, abre a porta para que se veja a ação de Deus “fora do
ambiente” de histórias e narrativas das Escrituras, posto que mostra que Deus
se revela a quem quer e como quer, e que não tem que dar qualquer explicação
disso a qualquer censor humano.
Assim,
o que vejo nos mitos dos povos que lembram de modo arquetípico a história de
Jesus, não é a influencia dos “anjos caídos” desejosos de confundirem as
coisas, mas sim uma provisão da Graça, Segundo a Ordem de Melquizedeque, a fim
de deixar sempre um ponto de contato entre todas as culturas humanas e algum
“braço” do Evangelho.
Don
Richardson, no seu livro O Fator Melquisedeque diz que, Deus deixou um
“fator Melquizedeque” em cada povo da terra, pelo qual o Evangelho tem sua
“porta de entrada” cultural, psicológica e, por vezes, até espiritual. Aliás, o
Velho Testamento inteiro é a comprovação dessa utilização arquetípica a fim de
um dia tê-la substituída pela Imagem Real ou pelo Significado Pleno, no caso,
pela Encarnação do Verbo.
Mas
para os judeus piedosos e que ofereciam seus sacrifícios de sangue com devoção
e fé, confessando assim a necessidade de redentor e redenção, quando Veio Àquele
que era o cumprimento de todas as promessas e esperanças, seus corações não
hesitaram em seguí-lo.
Deus
deixou milhões de pontos de contatos simbólicos, arquetípicos e culturais entre
os povos da terra; pois, todos os homens são frutos de um só; visto que de um
só Deus fez toda a raça humana; sendo esta a razão pela qual a memória de um
tornou-se muitas memórias entre os seus descendentes, porém sempre mantendo o
eixo original da esperança. O apóstolo Paulo explica isto, no seu discurso no Areópago
de Atenas, em Atos 17: (De um só fez
todos, até os seus poetas falam, Esse Deus Desconhecido, que adorais sem
conhecer, é o que eu vos anuncio).
Portanto,
o que vejo é a Graça deixando pistas de Deus e da esperança entre todos os
humanos. Vejo, Ele marcando o chão do mundo com Seus passos.
No
entanto, conforme está escrito em Romanos 2:12-16, o que creio é, que cada um
será julgado pela luz que de fato teve, descontadas todas as
intromissões dos traumas, condicionamentos
religiosos, tempos, culturas, épocas, circunstancias, oportunidades, etc... Ou
seja: cada um será julgado pelo que soube de fato que era verdade, e, no
coração, assim mesmo, rejeitou; pois, se tiver acolhido a verdade, livre está
de juízo.
Quando
Jesus disse aos homens para não tentarem separar no campo do mundo
o joio do trigo, Ele estava dizendo que homem algum conhece o coração de outro
homem, mesmo quando lhe conhece os caminhos, os atos, as formas, os modos, os
comportamentos e os pensamentos confessados.
Isto
nos põe diante do mistério do homem! Temos o direito, e o dever de escolher com
quem desejamos estar e viver, mas não temos o direito de dizer quem é quem ou o
quê; jamais — especialmente no que diz respeito ao homem e Deus.
Ou
seja: Jesus ensinava que a melhor certeza do homem é que o joio existe, mas o
resto é dúvida; pois, não lhe foi dado o poder de entrar nas naturezas das
coisas.
Por
isto Paulo diz: “Porque quando os pagãos que não têm lei, fazem por natureza as coisas
da lei, eles, embora não tendo lei, para si mesmos são lei; pois, mostram a
norma da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua
consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os — no
dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Cristo Jesus, segundo
o meu evangelho.”
Entretanto,
foi por tentar fazer o que Jesus disse que era tarefa de anjos instruídos
pelo Pai, que os cristãos que se tornaram religiosos do
Cristianismo e, então, os anjos armados que mataram
e matam em nome de Jesus; ou tornam-se aqueles que se indignam quando existe a
chance de alguém que nada tem a ver com a cultura religiosa e cristã, possa
estar assentado à mesa com Abraão; assim esquecidos que nós mesmos somos apenas
um enxerto contra a natureza das coisas, pois fomos implantados na
oliveira da esperança como pagãos que souberam, o que não
nos faz melhores, mas apenas mais responsáveis; posto que Jesus tem
entre os Dele muitos pagãos que nunca souberam, mas que viveram e vivem como
quem sabe. Em outras palavras, temos que tirar as sandálias
ante o mistério do coração humano.
A
Ordem de Melquizedeque é o Sacerdócio Universal de Cristo por todos os homens,
e, especialmente, por todos os homens que vivem segundo a fé; ou mesmo sem
informação dela, mas que buscam viver no caminho do que é bom, humano,
misericordioso, justo e simples em sinceridade. Sim! Em qualquer tempo ou em
qualquer lugar da Terra!
Nas duas próximas postagens vamos discorrer sobre como Deus fala e como tentaram ao longo dos séculos condicionar a ação de Deus.
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