A comunicação para igrejas foi diretamente afetada pela pandemia do novo coronavírus. A chegada da Covid-19 impediu a realização dos cultos presenciais e impôs uma série de desafios às igrejas de todo o Brasil, que precisaram se adaptar a essa nova realidade.
No entanto, como toda crise, a pandemia também trouxe oportunidades para inovação. As igrejas perceberam que, com o suporte do ambiente digital, é possível estar próximo apesar da distância. Agora, com a retomada parcial das atividades presenciais, é o momento de avaliar o que deve mudar na comunicação para igrejas pós-pandemia.
Nas próximas linhas, confira sete lições trazidas pela crise da Covid-19.
1. O digital veio para ficar
A pandemia do novo coronavírus mostrou que a migração das igrejas para o ambiente digital é uma necessidade. Com a adoção do isolamento social, que inviabilizou os cultos presenciais, igrejas de todo o Brasil precisaram recorrer a lives, webinars e videoconferências para manter suas atividades.
No entanto, mais do que apenas digitalizar processos, é preciso adotar uma cultura digital. Isso significa que a igreja deve ampliar sua visão e pensar não só em recursos tecnológicos isolados, mas em soluções integradas que componham um verdadeiro ecossistema digital, conectando todas as áreas e processos do ministério.
Desta forma, será possível acompanhar a membresia de forma inteligente, potencializar o alcance da comunicação, simplificar mecanismos de gestão, oferecer novas possibilidades de interação e mensurar o crescimento da igreja.
Lembre-se de que o ambiente virtual precisa ser uma extensão do ambiente real – especialmente em momentos de crise. Se as pessoas não podem estar na igreja, a igreja precisa estar onde elas estão. Implementar uma cultura digital em sua congregação é torná-la próxima, viva e atuante a distância.
2. O conteúdo gerado por usuário é um recurso precioso
Imagine se cada membro da sua igreja postasse um story no próprio Instagram convidando os seguidores para a transmissão ao vivo do culto, e você compartilhasse alguns dos posts mais criativos. Seria muito mais impactante do que simplesmente publicar um convite tradicional, não é?
É por isso, entre outras coisas, que o conteúdo de usuário (user generated content ou UGC, em inglês) é considerado o “Santo Graal” do conteúdo nas redes sociais. Segundo pesquisa da empresa de comunicação Olapic, 76% das pessoas dizem que confiam mais em conteúdos compartilhados por pessoas “comuns” do que nos de marcas.
Quando aplicamos esse dado à realidade da comunicação para igrejas, percebemos que o conteúdo gerado por usuário tem um grande potencial: alavancar a pregação do evangelho. Isso porque o UGC mostra que existem várias pessoas unidas em torno de um mesmo propósito. Não é mais a igreja como instituição falando, mas a própria igreja de Cristo levando a mensagem. Incrível, não?
Além disso, compartilhar UGC é uma forma de valorizar o público interno. Por isso, incentive esse tipo de conteúdo entre a equipe de comunicação e os demais membros. Você pode influenciar a criação de UGC postando quizzes bíblicos para que as pessoas compartilhem seus resultados ou incentivando o compartilhamento de testemunhos. Lembre aos seguidores de marcar o arroba (@) da igreja nas publicações, para que você possa replicar o conteúdo.
3. Nunca foi tão importante alinhar a mensagem
Com a pandemia do novo coronavírus, o ambiente digital se tornou o único espaço para veicular as informações relacionadas às atividades da igreja. Isso mostrou o quão importante é alinhar as mensagens para o público.
Em outras palavras, é preciso garantir que a transmissão de informações seja clara e consistente em todas as plataformas e canais – site, aplicativo, redes sociais, transmissão ao vivo etc. Imagine, por exemplo, que o pastor anuncia detalhes sobre determinado evento no púlpito, mas posts feitos nas redes sociais o contradizem. Como o público saberia o que está correto?
Para evitar ruídos, é necessário que o ministério de comunicação da igreja e as lideranças das demais áreas se reúnam periodicamente para alinhar as mensagens. Lembre-se ainda de checar as informações antes de passá-las adiante.
Vale ressaltar que também é importante garantir o alinhamento das mensagens por meio de uma representação visual consistente das informações. Isso significa, por exemplo, usar a mesma paleta de cores e as mesmas famílias de fontes nas peças de design. Torne as informações reconhecíveis pela vista, e não apenas pelo conteúdo.
4. Conteúdos de curta duração são uma aposta de valor
Em abril, pico da pandemia, o aplicativo de vídeos curtos TikTok chegou à marca de 2 bilhões de instalações, segundo dados da consultoria Sensor Tower. O número, além de impressionar, aponta para uma tendência: o crescente interesse dos usuários em conteúdos de curta duração.
A igreja pode aproveitar essa oportunidade para se aproximar do público jovem e adolescente, principal audiência de ferramentas como o TikTok e o Instagram Reels. E o melhor é que não é preciso conhecimento técnico para produzir conteúdo nessas plataformas, já que elas são de uso simples e intuitivo.
Além disso, estudos apontam que o tempo médio de atenção das pessoas está diminuindo cada vez mais, sendo atualmente de 8 segundos. Isso significa que, se você fizer um Instagram Reels de 15 segundos, por exemplo, conseguirá prender a atenção do público por, pelo menos, a metade do tempo. Criar conteúdos rápidos é, portanto, uma forma de falar com o público de maneira direta e descontraída.
5. Diversificar os formatos de conteúdo é fundamental para não cair na mesmice
As lives foram um dos formatos de maior sucesso durante a quarentena. Cantores, influenciadores digitais, empresas e igrejas fizeram milhares de transmissões ao vivo para tentar suprir a ausência do espaço físico. E deu certo…
…Mas só por um tempo. Dados do Google Trends, ferramenta que monitora pesquisas na internet, mostram que a procura pelo termo “live” registrou queda expressiva a partir de junho. O que aconteceu? A overdose de transmissões ao vivo acabou saturando as pessoas.
Isso aponta para a importância de diversificar o conteúdo. Por mais que um formato esteja fazendo sucesso, é preciso usá-lo com moderação e estratégia, não apenas porque “está na moda”.
6. Monitorar informações é uma das melhores formas de mapear oportunidades
Poucos assuntos foram tão comentados nos veículos de imprensa e redes sociais nos últimos meses quanto a pandemia de Covid-19. Com o interesse público em torno do tema, cresceu o número de ações de comunicação pautadas por dados, ou seja, pensadas a partir do monitoramento de informações.
Ao acompanhar a evolução da agenda da mídia e dos indicadores externos, a equipe de comunicação para igrejas pode identificar oportunidades para produção de conteúdo. Além disso, a igreja tem a chance de fazer a diferença ao se posicionar em assuntos que atraem a atenção da sociedade. Para identificar tendências, você pode usar ferramentas como Google Trends e os Trending Topics do Twitter.
7. Lidere com esperança, não com medo
Em momentos de crise, a igreja deve se lembrar de que foi chamada para algo maior, para além dos problemas deste mundo. Embora o cenário de incertezas traga medo, é preciso confiar em Deus e em Sua vontade, que é boa, perfeita e agradável. Com a comunicação digital, as igrejas podem alcançar pessoas que talvez nunca entrariam em um templo. Por isso, não se esqueça de liderar com esperança, levando uma mensagem de paz aos que estão aflitos.
Fonte: https://inchurch.com.br/blog/comunicacao-para-igrejas-pos-pandemia/
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