Era uma vez, uma cidade muito, muito importante; considerada o centro do mundo porque fatos notáveis aconteceram em suas colinas. Primeiro conhecida como a cidade de Davi, depois Jerusalém, ela se tornou a sede da religião dos judeus, cristãos e muçulmanos - que a consideram sagrada.
Em Jerusalém havia um chafariz que ficava próximo de uma feira de animais. Como sempre foi uma cidade bem mística alguém começou a dizer que as águas desta fonte eram miraculosas. Rapidamente, a notícia ganhou dimensões extraordinárias e espalhafatosas; no mercado, dizia-se que um anjo vinha do céu uma vez por ano, movia as águas e o primeiro doente que mergulhasse, seria curado.
Multidões se formaram, todos aguardando um milagre. A administração municipal de Jerusalém, interessada na romaria, mas também por razões humanitárias, resolveu construir um pavilhão para abrigar tanto enfermo. Edificaram um prédio imponente, com um alpendre de cinco pavimentos, que se lotava de paralíticos, cegos e doentes de toda a espécie. Devido a essa enorme expectativa, sempre adiada, de que uma pessoa (só uma) seria brindada com um milagre, o lugar foi denominado, ironicamente, de Betesda - que significa “casa de misericórdia”.
Conta-se que muitas famílias, para se verem livres dos doentes, os abandonavam nos alpendres do tanque de Betesda. Os ricos compravam escravos para os ajudarem a entrar nas águas. Alguns alugavam as bordas mais próximas, que possibilitavam melhor acesso. Todos queriam o seu milagre e, lógico, os mais abastados, sagazes e famosos, se sentiam perto da graça.
Os pobres e os doentes graves, os destrambelhados, acabavam no fundão do tanque. A esperança deles desvanecia, mas logo chegavam notícias, aqui e acolá, de que alguém acabava de receber o seu milagre - no mercado ao lado, os agraciados contavam sua história e os crédulos e atentos peregrinos que visitavam Jerusalém retransmitiam os testemunhos. Assim, a esperança de cura ficava adiada por mais um ano.
Jesus não vivia em Jerusalém. Aliás, ele residia longe desse ambiente supersticioso – em Cafarnaum, mas sabia dos boatos. Em uma de suas visitas à cidade, resolveu visitar o tanque de Betesda. Com certeza, o que viu foi pior do que lhe contaram.
As pessoas afirmavam que o anjo descia até o tanque anualmente, mas ninguém sabia a data exata. Irrequietos, os doentes mais hábeis saltavam, esporadicamente, para se anteciparem ao anjo. A confusão era constante. Os que se sentiam melhor, corriam pelos corredores gritando “aleluia” e outros, nervosos e frustrados, desmentiam os milagres. Vez por outra, levantavam-se profetas prevendo o dia preciso em que o anjo visitaria o local.
Certos doentes jaziam por anos e anos em total mendicância, esperando o momento da cura que não chegava nunca. O estado de alguns era deplorável. Escaras cheiravam mal e piolhos podiam ser vistos a olho nu nos cabelos de certas mulheres.
Diante dessa realidade tão perversa, Cristo passou ao largo dos mais capazes, dos mais ricos e dos que menos precisavam de cura; dirigiu-se para um dos cantos esquecidos do tanque de Betesda e encontrou um homem que esperava por seu milagre há trinta e oito anos. Ninguém sabe seu nome, mas, com certeza era um pobre; sua família, ocupada com a sobrevivência, se esquecera dele fazia algumas décadas.
Jesus aproximou-se do paralítico e perguntou: “Você quer ser curado”? Ele respondeu dentro da lógica que aprendera: “Senhor, não tenho ninguém que me ajude a entrar no tanque quando a água é agitada. Enquanto estou tentando entrar, outro chega antes de mim”. De um só fôlego, Jesus ordenou: “Levante-se, pegue a sua maca e ande”. Imediatamente o homem pegou a maca e começou a andar.
A passagem de Jesus pelo tanque de Betesda aconteceu num sábado, o dia sagrado dos judeus, porque ele tinha um propósito: mostrar que a religião se preocupa, prioritariamente, com a sua estabilidade. Os religiosos sobrevivem da ilusão e não têm escrúpulos de gerar falsas expectativas em pessoas fragilizadas.
Quando aquele senhor abandonou o tanque de Betesda com a sua maca nas costas, Jesus deixou uma mensagem para a cidade de Jerusalém: "Os milagres que procedem de Deus não premiam quem souber se mostrar hábil, santo ou rico – Deus não faz acepção de pessoas, nem busca transformar os espaços religiosos numa corrida desenfreada pela bênção onde só os mais fortes sobrevivem".
O tanque de Betesda é metáfora que lembra a humanidade que Deus olha graciosamente para os desfavorecidos, para os que não têm a menor possibilidade de se safarem dos torniquetes perversos da injustiça, para os mais indefesos – órfãos e viúvas, por exemplo.
Cristianismo deve, portanto, assumir o compromisso de continuar visitando os campos de exilados (Darfur), as clínicas de Aids (África do Sul), as periferias miseráveis das grandes cidades (Brasil) para anunciar a mais alvissareira de todas as notícias: Deus não se esqueceu dos pobres.
Fonte: www.ricardogondim.com.br
SEJA BEM VINDO. Este blog nasceu da vontade de poder compartilhar, pensamentos e reflexões sobre os acontecimentos atuais e a aplicação da Palavra de Deus a nossa vida.A escolha deste título para o meu blog, foi porque acredito que se não for para vivermos o Evangelho de Cristo conforme Ele viveu e ensinou, nada vale a pena. INDIQUE ESTE BLOG A MAIS ALGUÉM E DEIXE UM COMENTÁRIO JUNTO A MATÉRIA QUE PORVENTURA TENHA GOSTADO.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
SILAS MALAFALAIA É CANDIDATO A VICE-PRESIDENTE DA CGADB
ELEIÇÃO DA CGADB/2009 – NOMES E NÚMEROS DOS CANDIDATOS
Em cumprimento ao disposto no artigo 95 do Regimento Interno, a Comissão Eleitoral realizou o sorteio dos nomes e números dos candidatos aos cargos da Mesa Diretora e Conselho Fiscal da CGADB, na ordem em que os mesmos devem figurar nas cédulas de votação.
A referida reunião foi realizada no dia 15 de dezembro de 2008, na sede administrativa da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, com a participação dos candidatos presentes, conforme convocação prévia para esse fim.
A numeração dos candidatos obedecerá a seguinte ordem:
PRESIDENTE
11. SAMUEL CÂMARA
12. JOSÉ WELLINGTON
____________________________________________
1º VICE-PRESIDENTE
13. PASTOR TEMÓTEO RAMOS
14. OSCAR DOMINGOS DE MOURA
15. SILAS MALAFAIA
_____________________________________________
2º VICE-PRESIDENTE
16. PASTOR IVAL TEODORO
17. UBIRATAN JOB
_____________________________________________
3º VICE-PRESIDENTE
18. SÓSTENES APOLOS DA SILVA
19. SEBASTIÃO RODRIGUES DE SOUSA
_____________________________________________
4º VICE-PRESIDENTE
20. GILBERTO MARQUES DE SOUZA
21. PEDRO LIMA SANTOS
_____________________________________________
5º VICE-PRESIDENTE
22. PR NECO
23. PR. COUTINHO
_____________________________________________
1º SECRETÁRIO
24. MOISÉS SILVESTRE
25. ISAÍAS COIMBRA
_____________________________________________
2º SECRETÁRIO
26. ARCELINO MELO
27. PASTOR SODRÉ
28. NILTON SANTOS
_____________________________________________
3º SECRETÁRIO
29. DOMINGOS JÚNIOR
30. ANTONIO DIONIZIO
_____________________________________________
4º SECRETÁRIO
31. EZER BELO
32. FERNANDES
33. ISAMAR RAMALHO
_____________________________________________
5º SECRETÁRIO
34. ROBERTO JOSÉ DOS SANTOS
35. VALDOMIRO PEREIRA
_____________________________________________
1º TESOUREIRO
36. PASTOR JONAS
37. FRAGOSO
38. PASTOR SANTANA
39. LOURIVAL
_____________________________________________
2º TESOUREIRO
40. PASTOR IVAN BASTOS
41. JOSIAS DE ALMEIDA SILVA
_____________________________________________
CONSELHO FISCAL
REGIÃO NORTE
42. JOEL HOLDER
43. MOISÉS MELO
_____________________________________________
REGIÃO NORDESTE
44. PR. ANTONIO JOSÉ
45. ISRAEL ALVES FERREIRA
_____________________________________________
REGIÃO SUDESTE
46. PR. JOÃO CARLOS PADILHA
47. SAMUEL RODRIGUES
48. DIMAS DA CEADER
49. ADÃO A. ARAÚJO
50. ALVARO SANCHES
_____________________________________________
REGIÃO SUL
51. JESUS VILANDE
52. PERCI FONTOURA
_____________________________________________
REGIÃO CENTRO-OESTE
53. SAMUEL LIMA
54. RINALDO ALVES DOS SANTOS
Fonte: site da CGADB - www.cgadb.com.br
OBSERVAÇÃO: No último programa "Vitória em Cristo" na rede Bandeirantes, o Pr. Silas Malafaia, anunciou que no dia 03 de janeiro, vai dar uma palavra especial aos pastores da CGADB (Convenção Geral das Assembléias de Deus do Brasil). Todos lembram o que aconteceu da última vez que ele resolveu falar sobre a Convenção Geral e a CPAD. Espero que seja mais prudente desta vez, e não utilize o programa para fazer política eclesiástica, pois estará usando um canal aberto de rede nacional.
Em cumprimento ao disposto no artigo 95 do Regimento Interno, a Comissão Eleitoral realizou o sorteio dos nomes e números dos candidatos aos cargos da Mesa Diretora e Conselho Fiscal da CGADB, na ordem em que os mesmos devem figurar nas cédulas de votação.
A referida reunião foi realizada no dia 15 de dezembro de 2008, na sede administrativa da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, com a participação dos candidatos presentes, conforme convocação prévia para esse fim.
A numeração dos candidatos obedecerá a seguinte ordem:
PRESIDENTE
11. SAMUEL CÂMARA
12. JOSÉ WELLINGTON
____________________________________________
1º VICE-PRESIDENTE
13. PASTOR TEMÓTEO RAMOS
14. OSCAR DOMINGOS DE MOURA
15. SILAS MALAFAIA
_____________________________________________
2º VICE-PRESIDENTE
16. PASTOR IVAL TEODORO
17. UBIRATAN JOB
_____________________________________________
3º VICE-PRESIDENTE
18. SÓSTENES APOLOS DA SILVA
19. SEBASTIÃO RODRIGUES DE SOUSA
_____________________________________________
4º VICE-PRESIDENTE
20. GILBERTO MARQUES DE SOUZA
21. PEDRO LIMA SANTOS
_____________________________________________
5º VICE-PRESIDENTE
22. PR NECO
23. PR. COUTINHO
_____________________________________________
1º SECRETÁRIO
24. MOISÉS SILVESTRE
25. ISAÍAS COIMBRA
_____________________________________________
2º SECRETÁRIO
26. ARCELINO MELO
27. PASTOR SODRÉ
28. NILTON SANTOS
_____________________________________________
3º SECRETÁRIO
29. DOMINGOS JÚNIOR
30. ANTONIO DIONIZIO
_____________________________________________
4º SECRETÁRIO
31. EZER BELO
32. FERNANDES
33. ISAMAR RAMALHO
_____________________________________________
5º SECRETÁRIO
34. ROBERTO JOSÉ DOS SANTOS
35. VALDOMIRO PEREIRA
_____________________________________________
1º TESOUREIRO
36. PASTOR JONAS
37. FRAGOSO
38. PASTOR SANTANA
39. LOURIVAL
_____________________________________________
2º TESOUREIRO
40. PASTOR IVAN BASTOS
41. JOSIAS DE ALMEIDA SILVA
_____________________________________________
CONSELHO FISCAL
REGIÃO NORTE
42. JOEL HOLDER
43. MOISÉS MELO
_____________________________________________
REGIÃO NORDESTE
44. PR. ANTONIO JOSÉ
45. ISRAEL ALVES FERREIRA
_____________________________________________
REGIÃO SUDESTE
46. PR. JOÃO CARLOS PADILHA
47. SAMUEL RODRIGUES
48. DIMAS DA CEADER
49. ADÃO A. ARAÚJO
50. ALVARO SANCHES
_____________________________________________
REGIÃO SUL
51. JESUS VILANDE
52. PERCI FONTOURA
_____________________________________________
REGIÃO CENTRO-OESTE
53. SAMUEL LIMA
54. RINALDO ALVES DOS SANTOS
Fonte: site da CGADB - www.cgadb.com.br
OBSERVAÇÃO: No último programa "Vitória em Cristo" na rede Bandeirantes, o Pr. Silas Malafaia, anunciou que no dia 03 de janeiro, vai dar uma palavra especial aos pastores da CGADB (Convenção Geral das Assembléias de Deus do Brasil). Todos lembram o que aconteceu da última vez que ele resolveu falar sobre a Convenção Geral e a CPAD. Espero que seja mais prudente desta vez, e não utilize o programa para fazer política eclesiástica, pois estará usando um canal aberto de rede nacional.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
UMA SOCIEDADE CADA VEZ MAIS DESCRENTE
Um fenômeno que vem sendo detectado no Ocidente há bastante tempo é o crescimento do ceticismo religioso, da indiferença por preocupações de natureza transcendente. Por diferentes razões apontadas pelos sociólogos e antropólogos, o chamado “homem moderno” é bem menos religioso que os seus antepassados. Claro, esse não é um fato generalizado. Existem grupos, especialmente étnicos, em que a religião continua atraindo a atenção da grande maioria dos indivíduos. No entanto, a secularização da sociedade como um todo é um fato inquestionável e tende a crescer no futuro previsível, inclusive em países como o Brasil. Essa constatação representa um grande desafio e uma valiosa oportunidade para os cristãos.
Exemplos norte-americanos
A questão de fé e incredulidade varia muito de um lugar para outro, de uma época para outra. É interessante considerar o que ocorreu na Nova Inglaterra puritana do final do século 17. Quando os puritanos (calvinistas ingleses) chegaram à América do Norte, a partir de 1620, eles eram extremamente fervorosos em suas convicções religiosas. A leitura da Bíblia, as devoções domésticas e a freqüência aos cultos eram características marcantes desse grupo. Em certo sentido, o puritanismo foi um avivamento contínuo, em que as atividades religiosas ocupavam um lugar extremamente importante na vida da maior parte das pessoas. Todavia, algumas gerações mais tarde, depois que os puritanos prosperaram grandemente na nova terra, sua religiosidade experimentou um acentuado declínio, lamentado pelos pregadores da época.
A situação brasileira
Como fica nessa questão o Brasil, um país tradicionalmente muito religioso? A religiosidade brasileira tem sofrido profundas transformações desde as últimas décadas do século 20, com o declínio numérico dos católicos, o pequeno crescimento dos espíritas e protestantes históricos e a acelerada expansão das igrejas pentecostais e neopentecostais. Outro dado revelador é o contínuo crescimento percentual daqueles que não se identificam com nenhuma confissão religiosa. Segundo o último Censo Geral do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado no ano 2000, 12,5 milhões de habitantes se declararam “sem religião” (de um total de 170 milhões). A título de comparação, o número estimado de pentecostais no mesmo ano era de 17,6 milhões. De lá para cá é provável que esse número tenha aumentado.
Causas da incredulidade
Nem sempre é fácil identificar as causas do ceticismo ou do desinteresse religioso, mas algumas possibilidades são as seguintes: (a) prosperidade socioeconômica: a posse de bens e privilégios materiais dá às pessoas uma sensação de poder, segurança e auto-suficiência; (b) a influência da mídia: programas de televisão, livros e revistas populares defendem abertamente um ideário secular, materialista e, por vezes, anticristão; (c) a educação secundária e a superior transmitem uma visão de mundo em que não há nenhum lugar para a transcendência, para a espiritualidade; os departamentos de muitas universidades são controlados por materialistas de diversos tipos; (d) a popularização das teorias científicas naturalistas sobre as origens do ser humano, da vida e do universo; (e) dificuldades e perplexidades existenciais: muitas pessoas têm dificuldade de conciliar tragédias e sofrimentos com a existência de Deus.
Um fator adicional muito importante é o freqüente mau exemplo ou incoerência das religiões e dos religiosos. As guerras religiosas e a intolerância da época da Reforma Protestante (séculos 16 e 17) contribuíram para o surgimento do Iluminismo, com sua rejeição do cristianismo histórico. Nos dias atuais, vê-se o ressurgimento do fanatismo, extremismo e fundamentalismo religioso, que têm resultado em algumas das mais horrendas manifestações de violência do mundo contemporâneo. Esses fatos produzem antipatia para com a religião em muitas mentes. Por outro lado, multiplicam-se no Brasil os casos de curandeirismo, charlatanismo e exploração emocional e financeira das pessoas por diferentes grupos religiosos. Além disso, tornaram-se corriqueiras as irregularidades éticas de muitas igrejas e líderes religiosos, fazendo com que muitos associem a religião com toda espécie de coisas condenáveis.
Conclusão
Essas realidades representam um sério desafio para as igrejas evangélicas. Se elas quiserem restaurar a credibilidade da fé cristã diante do mundo incrédulo, devem, em primeiro lugar, praticar um evangelismo íntegro e bíblico. Isso implica anunciar não só as promessas, mas as exigências do evangelho; mostrar não só um interesse pelas almas, mas pelo ser humano integral; buscar não só a transformação de indivíduos, mas da sociedade como um todo. Outra necessidade imperiosa é a ênfase na boa apologética, ou seja, o esforço de proporcionar às pessoas argumentos sólidos sobre a veracidade e relevância do cristianismo, de uma visão cristã da vida. Finalmente, é preciso haver coerência entre fé e conduta, lembrando que os exemplos valem mais que muitas palavras. A realidade de uma sociedade cada vez mais incrédula -- e ao mesmo tempo mais angustiada e perplexa diante de tantos problemas e indagações -- exige um renovado empenho dos seguidores de Cristo em testemunhar da sua fé, das boas novas de vida e esperança presentes no evangelho.
• Fonte: Texto publicado na Revista Ultimato, Edição nº 315, Novembro/Dezembro de 2008, por Alderi Souza de Matos, doutor em história da igreja pela Universidade de Boston e historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil.
Exemplos norte-americanos
A questão de fé e incredulidade varia muito de um lugar para outro, de uma época para outra. É interessante considerar o que ocorreu na Nova Inglaterra puritana do final do século 17. Quando os puritanos (calvinistas ingleses) chegaram à América do Norte, a partir de 1620, eles eram extremamente fervorosos em suas convicções religiosas. A leitura da Bíblia, as devoções domésticas e a freqüência aos cultos eram características marcantes desse grupo. Em certo sentido, o puritanismo foi um avivamento contínuo, em que as atividades religiosas ocupavam um lugar extremamente importante na vida da maior parte das pessoas. Todavia, algumas gerações mais tarde, depois que os puritanos prosperaram grandemente na nova terra, sua religiosidade experimentou um acentuado declínio, lamentado pelos pregadores da época.
A situação brasileira
Como fica nessa questão o Brasil, um país tradicionalmente muito religioso? A religiosidade brasileira tem sofrido profundas transformações desde as últimas décadas do século 20, com o declínio numérico dos católicos, o pequeno crescimento dos espíritas e protestantes históricos e a acelerada expansão das igrejas pentecostais e neopentecostais. Outro dado revelador é o contínuo crescimento percentual daqueles que não se identificam com nenhuma confissão religiosa. Segundo o último Censo Geral do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado no ano 2000, 12,5 milhões de habitantes se declararam “sem religião” (de um total de 170 milhões). A título de comparação, o número estimado de pentecostais no mesmo ano era de 17,6 milhões. De lá para cá é provável que esse número tenha aumentado.
Causas da incredulidade
Nem sempre é fácil identificar as causas do ceticismo ou do desinteresse religioso, mas algumas possibilidades são as seguintes: (a) prosperidade socioeconômica: a posse de bens e privilégios materiais dá às pessoas uma sensação de poder, segurança e auto-suficiência; (b) a influência da mídia: programas de televisão, livros e revistas populares defendem abertamente um ideário secular, materialista e, por vezes, anticristão; (c) a educação secundária e a superior transmitem uma visão de mundo em que não há nenhum lugar para a transcendência, para a espiritualidade; os departamentos de muitas universidades são controlados por materialistas de diversos tipos; (d) a popularização das teorias científicas naturalistas sobre as origens do ser humano, da vida e do universo; (e) dificuldades e perplexidades existenciais: muitas pessoas têm dificuldade de conciliar tragédias e sofrimentos com a existência de Deus.
Um fator adicional muito importante é o freqüente mau exemplo ou incoerência das religiões e dos religiosos. As guerras religiosas e a intolerância da época da Reforma Protestante (séculos 16 e 17) contribuíram para o surgimento do Iluminismo, com sua rejeição do cristianismo histórico. Nos dias atuais, vê-se o ressurgimento do fanatismo, extremismo e fundamentalismo religioso, que têm resultado em algumas das mais horrendas manifestações de violência do mundo contemporâneo. Esses fatos produzem antipatia para com a religião em muitas mentes. Por outro lado, multiplicam-se no Brasil os casos de curandeirismo, charlatanismo e exploração emocional e financeira das pessoas por diferentes grupos religiosos. Além disso, tornaram-se corriqueiras as irregularidades éticas de muitas igrejas e líderes religiosos, fazendo com que muitos associem a religião com toda espécie de coisas condenáveis.
Conclusão
Essas realidades representam um sério desafio para as igrejas evangélicas. Se elas quiserem restaurar a credibilidade da fé cristã diante do mundo incrédulo, devem, em primeiro lugar, praticar um evangelismo íntegro e bíblico. Isso implica anunciar não só as promessas, mas as exigências do evangelho; mostrar não só um interesse pelas almas, mas pelo ser humano integral; buscar não só a transformação de indivíduos, mas da sociedade como um todo. Outra necessidade imperiosa é a ênfase na boa apologética, ou seja, o esforço de proporcionar às pessoas argumentos sólidos sobre a veracidade e relevância do cristianismo, de uma visão cristã da vida. Finalmente, é preciso haver coerência entre fé e conduta, lembrando que os exemplos valem mais que muitas palavras. A realidade de uma sociedade cada vez mais incrédula -- e ao mesmo tempo mais angustiada e perplexa diante de tantos problemas e indagações -- exige um renovado empenho dos seguidores de Cristo em testemunhar da sua fé, das boas novas de vida e esperança presentes no evangelho.
• Fonte: Texto publicado na Revista Ultimato, Edição nº 315, Novembro/Dezembro de 2008, por Alderi Souza de Matos, doutor em história da igreja pela Universidade de Boston e historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
O MÁGICO E O PESCADOR
No livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 8, diz que com o apedrejamento de Estevão, e em razão da perseguição que se seguiu, os discípulos que estavam em Jerusalém se dispersaram por toda a Judéia e Samaria, anunciando o Evangelho.
O diácono Felipe, companheiro de Estevão, e que é aquele que também pregou ao Ministro das Finanças da Etiópia, e que o batizou — foi o primeiro a chegar a Samaria e a pregar; fazendo também grandes milagres; o que trouxe grande alegria àquele lugar.
Ora, ali estava certo homem chamado Simão, o qual era respeitado como grande figura, considerado o Grande Poder, e que na História é mencionado por Irineu como realmente tendo tido um expressivo número de discípulos, garantindo que Jesus era a Palavra de Deus, mas que ele, Simão, era o Espírito, o poder do divino, na forma masculina, já que Helena, uma ex-prostituta que era sua mulher e com ele andava, era afirmada por ele como sendo a dimensão do divino no feminino; visto que ela fora uma prostituta, e que agora era uma deusa, mostrando assim que o Espírito tem o poder de incluir a todos. Simão, porém, seria a manifestação mais divina dessa nova “emanação” de Deus.
O livro dos Atos dos Apóstolos, escrito por Lucas, nos diz que Simão ouviu, viu, creu, foi batizado, e passou a seguir a Pedro, João e Felipe bem de perto — isto porque Pedro e João haviam descido até a Samaria para ver o que estava acontecendo —; ficando extasiado com o fato de ver não somente os milagres, mas ante a constatação de que, os apóstolos impunham as mãos e as pessoas recebiam o dom do Espírito Santo, que se manifestava, para testemunho aos que viam, mediante sinais sensoriais, como o falar em outras línguas.
Foi então que Simão, vendo a sinceridade de tudo, foi tomado pelos seus vícios de alma, pela sua Síndrome de Onipotência e de Lúcifer; pois, percebendo que aquilo era lindo, viu também que, no caso de um homem como ele, deveria se transformar num grande negócio.
Assim, a ganância de Simão venceu sua breve alegria!
Ele, que já havia sido considerado muito grande, e que a si mesmo chamava de “O Grande Poder”, não tendo nada mais importante dentro de si mesmo do que avidez por poder, status e dinheiro —, ofereceu dinheiro a Pedro, para que ele, Simão, também recebesse aquele poder de conceder o Espírito pela imposição das mãos.
Simão ficara impressionado pelo fato de que ele era um mágico do status de um David Cooperfield, e sabia o que era verdadeiro e o que era falso no mundo sobrenatural e da ilusão; posto que ele era um grande mestre da ilusão.
Agora, entretanto, ele via algo sincero e verdadeiro realmente acontecendo. Simão viu no poder do Espírito Santo, um “novo mover”, uma nova chance de renovar o repertório; e algo que não era espetáculo “de um indivíduo” apenas, mas, muito além disso, era um poder que se fazia sentir nos outros — o que certamente daria a ele, Simão, muito mais poder ainda; quem sabe até concedendo-lhe a chance de ter sua própria “igreja”, conforme Irineu mais tarde diria.
“Concede-me também a mim este poder” — pede ele a Pedro, oferecendo-lhe dinheiro como pagamento pela compra da benção.
Pedro diz que o dinheiro dele fosse com ele para a perdição; pois, Deus e Seu dom não estavam à venda. Portanto, afirmava que o mágico não teria parte naquele ministério; pois seu coração era cheio de maldade e que o intento de seu coração era perverso.
Além disso, Pedro enxergou angustia de morte na alma de Simão, ao dizer-lhe que sua alma estava em fel de amargura e laço de iniqüidade; e isto não sem dizer ao ser ganancioso que se arrependesse, na esperança de ser curado de seu vício essencial, de sua Síndrome de Poder.
Simão apavorou-se e pediu que eles, Pedro e João orassem por ele, para que nenhum mal viesse sobre ele.
É de Simão que, vem à designação humana desse pecado, de tentar comprar as bênçãos de Deus. Trata-se do Simonismo ou simonia.
Gente como Simão, não são difíceis de serem encontrados. Eles amam o sobrenatural. Mas eles são viciados na ilusão e na manipulação. Têm Síndrome de Grande Poder. Assim, não se sabe o que lhes acontecerá no coração quando são confrontados pela verdade da sinceridade pura do Evangelho.
Quando Pedro disse “arrepende-te”, obviamente ele estava afirmando uma difícil, porém, real possibilidade. Pedro, entretanto, nos diz como a alma de Simão estava. O que havia nele era fel de amargura e laço de iniqüidade.
Fel de amargura equivale à mágoa e complexo de inferioridade. Daí ele querer poder; e mais que isto: chamava-se de O Grande Poder.
Já o laço de iniqüidade é o “estado mental reprovável”; e que é um processo vicioso de pensar, ver e sentir.
Simão, o mágico, foi convencido de um poder maior, mas não convertido. Ele quis comprar o dom de Deus. Vivemos na era da teologia da prosperidade, as pessoas são ensinadas a barganhar com Deus: "Se o Senhor me conceder isso, eu dou aquilo". Há um misticismo terrível, e isso num país como o Brasil, já carrega um apelo chamativo muito grande.
Se Lutero vivesse hoje, estaria querendo fazer uma nova reforma. Se Jesus estivesse, realizando seu ministério terrestre hoje, diria que nem reforma, dá mais: "Não se coloca vinho novo, em odres velhos, não se põe remendo novo em roupa velha".
Se Simão tivesse se convertido nos nossos dias, não levaria repreensão como ganhou de Pedro, mas viraria celebridade evangélica, vendendo seu testemunho por aí.
Jesus disse que os sinais seguirão os que crêem, mas, o povo atualmente faz o contrário, corre atrás de sinais.
O diácono Felipe, companheiro de Estevão, e que é aquele que também pregou ao Ministro das Finanças da Etiópia, e que o batizou — foi o primeiro a chegar a Samaria e a pregar; fazendo também grandes milagres; o que trouxe grande alegria àquele lugar.
Ora, ali estava certo homem chamado Simão, o qual era respeitado como grande figura, considerado o Grande Poder, e que na História é mencionado por Irineu como realmente tendo tido um expressivo número de discípulos, garantindo que Jesus era a Palavra de Deus, mas que ele, Simão, era o Espírito, o poder do divino, na forma masculina, já que Helena, uma ex-prostituta que era sua mulher e com ele andava, era afirmada por ele como sendo a dimensão do divino no feminino; visto que ela fora uma prostituta, e que agora era uma deusa, mostrando assim que o Espírito tem o poder de incluir a todos. Simão, porém, seria a manifestação mais divina dessa nova “emanação” de Deus.
O livro dos Atos dos Apóstolos, escrito por Lucas, nos diz que Simão ouviu, viu, creu, foi batizado, e passou a seguir a Pedro, João e Felipe bem de perto — isto porque Pedro e João haviam descido até a Samaria para ver o que estava acontecendo —; ficando extasiado com o fato de ver não somente os milagres, mas ante a constatação de que, os apóstolos impunham as mãos e as pessoas recebiam o dom do Espírito Santo, que se manifestava, para testemunho aos que viam, mediante sinais sensoriais, como o falar em outras línguas.
Foi então que Simão, vendo a sinceridade de tudo, foi tomado pelos seus vícios de alma, pela sua Síndrome de Onipotência e de Lúcifer; pois, percebendo que aquilo era lindo, viu também que, no caso de um homem como ele, deveria se transformar num grande negócio.
Assim, a ganância de Simão venceu sua breve alegria!
Ele, que já havia sido considerado muito grande, e que a si mesmo chamava de “O Grande Poder”, não tendo nada mais importante dentro de si mesmo do que avidez por poder, status e dinheiro —, ofereceu dinheiro a Pedro, para que ele, Simão, também recebesse aquele poder de conceder o Espírito pela imposição das mãos.
Simão ficara impressionado pelo fato de que ele era um mágico do status de um David Cooperfield, e sabia o que era verdadeiro e o que era falso no mundo sobrenatural e da ilusão; posto que ele era um grande mestre da ilusão.
Agora, entretanto, ele via algo sincero e verdadeiro realmente acontecendo. Simão viu no poder do Espírito Santo, um “novo mover”, uma nova chance de renovar o repertório; e algo que não era espetáculo “de um indivíduo” apenas, mas, muito além disso, era um poder que se fazia sentir nos outros — o que certamente daria a ele, Simão, muito mais poder ainda; quem sabe até concedendo-lhe a chance de ter sua própria “igreja”, conforme Irineu mais tarde diria.
“Concede-me também a mim este poder” — pede ele a Pedro, oferecendo-lhe dinheiro como pagamento pela compra da benção.
Pedro diz que o dinheiro dele fosse com ele para a perdição; pois, Deus e Seu dom não estavam à venda. Portanto, afirmava que o mágico não teria parte naquele ministério; pois seu coração era cheio de maldade e que o intento de seu coração era perverso.
Além disso, Pedro enxergou angustia de morte na alma de Simão, ao dizer-lhe que sua alma estava em fel de amargura e laço de iniqüidade; e isto não sem dizer ao ser ganancioso que se arrependesse, na esperança de ser curado de seu vício essencial, de sua Síndrome de Poder.
Simão apavorou-se e pediu que eles, Pedro e João orassem por ele, para que nenhum mal viesse sobre ele.
É de Simão que, vem à designação humana desse pecado, de tentar comprar as bênçãos de Deus. Trata-se do Simonismo ou simonia.
Gente como Simão, não são difíceis de serem encontrados. Eles amam o sobrenatural. Mas eles são viciados na ilusão e na manipulação. Têm Síndrome de Grande Poder. Assim, não se sabe o que lhes acontecerá no coração quando são confrontados pela verdade da sinceridade pura do Evangelho.
Quando Pedro disse “arrepende-te”, obviamente ele estava afirmando uma difícil, porém, real possibilidade. Pedro, entretanto, nos diz como a alma de Simão estava. O que havia nele era fel de amargura e laço de iniqüidade.
Fel de amargura equivale à mágoa e complexo de inferioridade. Daí ele querer poder; e mais que isto: chamava-se de O Grande Poder.
Já o laço de iniqüidade é o “estado mental reprovável”; e que é um processo vicioso de pensar, ver e sentir.
Simão, o mágico, foi convencido de um poder maior, mas não convertido. Ele quis comprar o dom de Deus. Vivemos na era da teologia da prosperidade, as pessoas são ensinadas a barganhar com Deus: "Se o Senhor me conceder isso, eu dou aquilo". Há um misticismo terrível, e isso num país como o Brasil, já carrega um apelo chamativo muito grande.
Se Lutero vivesse hoje, estaria querendo fazer uma nova reforma. Se Jesus estivesse, realizando seu ministério terrestre hoje, diria que nem reforma, dá mais: "Não se coloca vinho novo, em odres velhos, não se põe remendo novo em roupa velha".
Se Simão tivesse se convertido nos nossos dias, não levaria repreensão como ganhou de Pedro, mas viraria celebridade evangélica, vendendo seu testemunho por aí.
Jesus disse que os sinais seguirão os que crêem, mas, o povo atualmente faz o contrário, corre atrás de sinais.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
PORQUE SOU CRISTÃO, FICO NA IGREJA
O problema hoje não é apenas “democratizar” a Igreja. Quem analisar a fundo a atual insegurança de direção e de conceitos na Igreja verificará que ela ficou muito para trás, não só no tempo, mas também em sua própria missão. Consoante opinião de amigos e adversários - em muita coisa a Igreja não palmilhou as pegadas daquele ao qual recorre sem cessar. Daí o interesse pela pessoa de Jesus em contraste com o desinteresse pela Igreja. Onde quer que, em vez de serviço aos homens, a Igreja exerce poder sobre os homens, onde quer que suas instituições, doutrinas e leis se arvoram em meta em si, onde quer que os seus porta-vozes apresentam suas próprias opiniões e interesses como mandamentos e ordens de Deus: ali está sendo traído o mandato da Igreja; esta afasta-se de Deus e dos homens e entra em crise.
Que fazer? Rebelar-se? Reformar? Resignar-se? Amigos e inimigos teimam em lançar à conta de cada cristão engajado o fracasso da Igreja - lamentando ou acusando, com pesar ou sentimentos triunfais. Porém, mais interessante que o eterno repisar na chronique scandaleuse da Igreja, deveria ser a questão: por que um cristão engajado, um insider, sem ilusões, ao qual fosse difícil contar algo original em matéria de histórias escandalosas da Igreja, apesar de tudo, permanece na Igreja. Pergunta-se dos dois lados: do lado dos que estão fora, que acham esbanjamento de energias com uma instituição eclesiástica esclerosada, havendo muito mais chances fora dela. E pelos de dentro, convencidos de que uma crítica radical das condições e autoridades eclesiásticas não se coadunaria com a permanência na Igreja.
(…) Portanto, por que ficar na Igreja? Porque a fé nos infunde esperança de que o programa, a causa de Jesus Cristo, como sempre, continua sendo mais forte do que toda a confusão criada na Igreja e com a Igreja. E, por essa causa, vale a pena o decidido empenho na Igreja e o especial esforço no serviço da Igreja, apesar de tudo. Fico na igreja, não apesar de ser cristão: não me considero mais cristão do que a Igreja. Mas porque sou cristão, fico na Igreja.
- Hans Küng em Ser Cristão, 1976, Imago (pp. 452,455)
Fonte: www.sandrobaggio.blogspot.com/
Que fazer? Rebelar-se? Reformar? Resignar-se? Amigos e inimigos teimam em lançar à conta de cada cristão engajado o fracasso da Igreja - lamentando ou acusando, com pesar ou sentimentos triunfais. Porém, mais interessante que o eterno repisar na chronique scandaleuse da Igreja, deveria ser a questão: por que um cristão engajado, um insider, sem ilusões, ao qual fosse difícil contar algo original em matéria de histórias escandalosas da Igreja, apesar de tudo, permanece na Igreja. Pergunta-se dos dois lados: do lado dos que estão fora, que acham esbanjamento de energias com uma instituição eclesiástica esclerosada, havendo muito mais chances fora dela. E pelos de dentro, convencidos de que uma crítica radical das condições e autoridades eclesiásticas não se coadunaria com a permanência na Igreja.
(…) Portanto, por que ficar na Igreja? Porque a fé nos infunde esperança de que o programa, a causa de Jesus Cristo, como sempre, continua sendo mais forte do que toda a confusão criada na Igreja e com a Igreja. E, por essa causa, vale a pena o decidido empenho na Igreja e o especial esforço no serviço da Igreja, apesar de tudo. Fico na igreja, não apesar de ser cristão: não me considero mais cristão do que a Igreja. Mas porque sou cristão, fico na Igreja.
- Hans Küng em Ser Cristão, 1976, Imago (pp. 452,455)
Fonte: www.sandrobaggio.blogspot.com/
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
ATÉ TU, MACHADO DE ASSIS?
Este ano (2008), está sendo comemorado o centenário da morte de Machado de Assis.
Considerado o mais importante escritor da literatura brasileira. Inicialmente ligado ao romantismo, é em sua fase madura, que produz obras fundamentais como Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) e Dom Casmurro (1900), além de contos, cujo realismo não se limita a representar com crueza e sarcasmo a sociedade de sua época, mas transforma, a condição periférica e mesquinha da realidade brasileira, numa imagem pessimista (embora bem humorada) da humanidade.
Ele publicou um conto no livro Histórias sem Data (1884), chamado de "A Igreja do Diabo". Os críticos literários tem este conto como uma fábula, marcada pela ironia. Vou repreduzir um trecho abaixo:
"Conta um velho manuscrito beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a idéia de fundar uma igreja. Embora os seus lucros fossem contínuos e grandes, sentia-se humilhado com o papel avulso que exercia desde séculos, sem organização, sem regras, sem cânones, sem ritual, sem nada. Vivia, por assim dizer, dos remanescentes divinos, dos descuidos e obséquios humanos. Nada fixo, nada regular. Por que não teria ele a sua igreja? Uma igreja do Diabo era o meio eficaz de combater as outras religiões, e destruí-las de uma vez.
— Vá, pois, uma igreja, concluiu ele. Escritura contra Escritura, breviário contra breviário. Terei a minha missa, com vinho e pão à farta, as minhas prédicas, bulas, novenas e todo o demais aparelho eclesiástico. O meu credo será o núcleo universal dos espíritos, a minha igreja uma tenda de Abraão. E depois, enquanto as outras religiões se combatem e se dividem, a minha igreja será única; não acharei diante de mim, nem Maomé, nem Lutero. Há muitos modos de afirmar; há só um de negar tudo".
(A Igreja do Diabo, Machado de Assis)
Como se vê Machado de Assis continua atual. A religião está sujeita à crítica ferina do escritor. Neste conto Machado de Assis criticou todas as formas religiosas existentes no Brasil, bem como o modo de comercializar a fé através das vendas de conceito religioso. Porque todas as religiões vendem uma mesma ideologia, a salvação. Inclusive, com práticas proibitivas. Na visão de Machado a elite brasileira se afasta das práticas diversificadas de religiões por pura hipocrisia e preconceitos.
Considerado o mais importante escritor da literatura brasileira. Inicialmente ligado ao romantismo, é em sua fase madura, que produz obras fundamentais como Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) e Dom Casmurro (1900), além de contos, cujo realismo não se limita a representar com crueza e sarcasmo a sociedade de sua época, mas transforma, a condição periférica e mesquinha da realidade brasileira, numa imagem pessimista (embora bem humorada) da humanidade.
Ele publicou um conto no livro Histórias sem Data (1884), chamado de "A Igreja do Diabo". Os críticos literários tem este conto como uma fábula, marcada pela ironia. Vou repreduzir um trecho abaixo:
"Conta um velho manuscrito beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a idéia de fundar uma igreja. Embora os seus lucros fossem contínuos e grandes, sentia-se humilhado com o papel avulso que exercia desde séculos, sem organização, sem regras, sem cânones, sem ritual, sem nada. Vivia, por assim dizer, dos remanescentes divinos, dos descuidos e obséquios humanos. Nada fixo, nada regular. Por que não teria ele a sua igreja? Uma igreja do Diabo era o meio eficaz de combater as outras religiões, e destruí-las de uma vez.
— Vá, pois, uma igreja, concluiu ele. Escritura contra Escritura, breviário contra breviário. Terei a minha missa, com vinho e pão à farta, as minhas prédicas, bulas, novenas e todo o demais aparelho eclesiástico. O meu credo será o núcleo universal dos espíritos, a minha igreja uma tenda de Abraão. E depois, enquanto as outras religiões se combatem e se dividem, a minha igreja será única; não acharei diante de mim, nem Maomé, nem Lutero. Há muitos modos de afirmar; há só um de negar tudo".
(A Igreja do Diabo, Machado de Assis)
Como se vê Machado de Assis continua atual. A religião está sujeita à crítica ferina do escritor. Neste conto Machado de Assis criticou todas as formas religiosas existentes no Brasil, bem como o modo de comercializar a fé através das vendas de conceito religioso. Porque todas as religiões vendem uma mesma ideologia, a salvação. Inclusive, com práticas proibitivas. Na visão de Machado a elite brasileira se afasta das práticas diversificadas de religiões por pura hipocrisia e preconceitos.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
DECEPCIONADOS COM IGREJA - PARTE 02
Experimentamos um crescimento numérico nas igrejas brasileiras. Há uma efervescência religiosa em nosso país. As periferias das grandes cidades estão apinhadas de templos evangélicos, todos repletos. Grandes denominações compram estações de rádio e televisão. Cantores evangélicos gravam e vendem muitos CD’s e DVD’s. Publicam-se revistas e livros. Comercializam-se bugigangas religiosas nas várias livrarias, que também se multiplicam, interligadas pelo sistema de franquias. Por outro lado, diferentemente do que aconteceu na Inglaterra, nos dias de Wesley, o despertamento religioso brasileiro tem uma consistência doutrinária rala, demonstra pouca preocupação ética e um mínimo de impacto social. Os desdobramentos destas constatações, são preocupantes. Visitar qualquer igreja evangélica no Brasil é oportunidade para perceber uma forte tendência teológica e litúrgica na busca de uma divindade que se molde aos contornos teológicos dessa igreja e que ofereça apoio aos anseios e caprichos pessoais. Faltam temor e espanto diante de Deus. O único medo é o do pastor: de que a oferta não cubra as despesas e os seus planos de expansão. A cultura evangélica nacional está fomentando uma atitude muito displicente quanto ao sagrado. Querem um deus que está a serviço de seu povo para lhes cumprir todos os desejos. O tom de voz exigente e determinante como se fala com Deus hoje, deixa a dúvida quanto a quem é o senhor de quem. As experiências que só geram arrepios pelo corpo, são relatadas como se Deus fosse apenas um estimulante químico. Certos pastores, dizem falar e ouvir a voz de Deus — para serem contraditos pelas suas próprias falsas profecias — sem levar em conta que, "Deus não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão". Os milagres, aumentados pela manipulação, revelam uma falta de temor. O descaso com o sagrado é uma faca de dois gumes. Se, por um lado, demonstra grande familiaridade, por outro, gera complacência, isto porque trivializa o mistério e a presença de Deus. Por anos, combateu-se a idéia de que os fins justificavam os meios, porque essa premissa justificava comportamentos anti-éticos. Hoje, o problema aprofundou-se. Não se sabe mais o que é meio e o que é fim. Não se sabe mais se a igreja existe para levantar dinheiro ou se o dinheiro existe para dar continuidade à igreja. Canta-se para louvar a Deus ou para entretenimento do povo? Publicam-se livros, como negócio ou para divulgar uma idéia? Os programas de televisão, visam popularizar determinado ministério ou a proclamação da mensagem? As respostas a essas perguntas não são facilmente encontradas. Cristo não virou as mesas dos cambistas no templo, simplesmente porque eles pretendiam prestar um serviço aos peregrinos que, vinham adorar no templo. Ele detectou que, os meios e os fins estavam confusos e que já não se discernia com clareza, se o templo existia para mercadejar ou se mercadejava para ajudar no culto. A obsessão por dinheiro, a corrida desenfreada por fama e prestígio, a paixão por títulos, revelam que muitas igrejas já não sabem se existem para faturar. Muitos líderes, já não gastam suas energias buscando um auditório que os ouça, mas procuram uma mensagem que, segure o seu auditório. A confusão de meios e fins mata igrejas por asfixia. O livro do Apocalipse mantém a advertência, muitas vezes desapercebida pelas igrejas. As sete igrejas ali mencionadas — inclusive a irrepreensível Filadélfia — acabaram-se. Resumem-se a meros registros históricos. Não podemos achar abrigo na promessa de Mateus 16 — de que as portas do inferno, não prevalecerão contra a igreja — para justificar qualquer irresponsabilidade. O livro do Apocalipse adverte: "Lembra-te, pois, de onde caíste arrepende-te, e volta à prática das primeiras obras; e se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas" (Ap 2.5). Crescer numericamente, não imuniza a igreja de perigos. Pelo contrário, torna-a mais vulnerável. Resta perguntar: Será que agora, famosos e numericamente profusos, não estamos precisando de profetas? Será que o tão propalado avivamento evangélico brasileiro, não necessita de uma Reforma? Aprendamos com a história. Imaginar que podemos condenar nossas igrejas a se tornarem bares ou funerárias como ocorre na Europa é sonho horrível. Porém, se não fizermos algo, esse pesadelo pode se tornar realidade. Que Deus nos ajude.
(Continua...)
(Continua...)
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
GOVERNO RESTRINGE ENTRADA DE ONGs E MISSIONÁRIOS EM TERRAS INDÍGENAS
Um decreto à espera da assinatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva criará restrições para a entrada de pesquisadores, missionários e organizações não-governamentais em terras indígenas. O texto obriga os religiosos, cientistas e ONGs a submeterem seus projetos à prévia análise do Ministério da Justiça. Se a reserva estiver próxima à faixa de fronteira ou na Amazônia Legal, a autorização dependerá ainda da avaliação do Ministério da Defesa e do Conselho de Defesa Nacional.
O decreto é parte da estratégia do governo para controlar a ação das organizações não-governamentais e coibir a biopirataria e a exploração ilegal de recursos no Brasil, especialmente por estrangeiros. O documento chegou à Casa Civil uma semana antes do julgamento da demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol (RR) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), marcado para a próxima quarta-feira.
O texto obriga que pessoas físicas e jurídicas que queiram desenvolver atividades nas reservas entreguem ao Ministério da Justiça um plano de trabalho que especifique o objetivo do projeto, o prazo necessário para sua execução, as estimativas de gastos e as fontes de financiamento. Além disso, as ONGs precisam ter cadastro no Ministério da Justiça.
Caso o pesquisador seja estrangeiro, precisará de visto específico e deverá indicar o percurso a ser feito na terra indígena e as datas previstas para o início e término dos estudos. Ele não poderá, portanto, valer-se do visto de turista para entrar na reserva.
No caso de ONG estrangeira, os responsáveis deverão apresentar o comprovante de autorização para funcionamento no Brasil e certidão de regularidade emitida pelo ministério.
A licença para entrar na reserva será cancelada se o objeto do estudo for alterado sem a autorização do Ministério da Justiça. Os pesquisadores deverão, nesta hipótese, deixar imediatamente a região. O estrangeiro poderá ser deportado se não tiver visto específico para a atividade que for desenvolver.
O pesquisador, missionário ou ONG que estiver em terra indígena quando o decreto for publicado terá 180 dias para pedir autorização do Ministério da Justiça, preenchendo todos os requisitos previstos no texto.
FISCALIZAÇÃO
Atualmente, a entrada em terras indígenas é regulada por uma portaria da Fundação Nacional do Índio (Funai), destinada a proteger especificamente direitos sobre "as manifestações, reproduções e criações estéticas, artísticas, literárias e científicas" dos índios.
Porém, por falta de estrutura e fiscalização, missionários ou pesquisadores podem burlar essa barreira. Em alguns casos, índios que pouco tiveram contato com o homem branco são abordados por religiosos interessados em catequizá-los. Depois de feita a aproximação, o processo para a retirada desses missionários das aldeias torna-se complicado, até porque os índios acabam aderindo à religião.
Fonte: Jornal Estado de São Paulo, www.estadao.com.br
O decreto é parte da estratégia do governo para controlar a ação das organizações não-governamentais e coibir a biopirataria e a exploração ilegal de recursos no Brasil, especialmente por estrangeiros. O documento chegou à Casa Civil uma semana antes do julgamento da demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol (RR) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), marcado para a próxima quarta-feira.
O texto obriga que pessoas físicas e jurídicas que queiram desenvolver atividades nas reservas entreguem ao Ministério da Justiça um plano de trabalho que especifique o objetivo do projeto, o prazo necessário para sua execução, as estimativas de gastos e as fontes de financiamento. Além disso, as ONGs precisam ter cadastro no Ministério da Justiça.
Caso o pesquisador seja estrangeiro, precisará de visto específico e deverá indicar o percurso a ser feito na terra indígena e as datas previstas para o início e término dos estudos. Ele não poderá, portanto, valer-se do visto de turista para entrar na reserva.
No caso de ONG estrangeira, os responsáveis deverão apresentar o comprovante de autorização para funcionamento no Brasil e certidão de regularidade emitida pelo ministério.
A licença para entrar na reserva será cancelada se o objeto do estudo for alterado sem a autorização do Ministério da Justiça. Os pesquisadores deverão, nesta hipótese, deixar imediatamente a região. O estrangeiro poderá ser deportado se não tiver visto específico para a atividade que for desenvolver.
O pesquisador, missionário ou ONG que estiver em terra indígena quando o decreto for publicado terá 180 dias para pedir autorização do Ministério da Justiça, preenchendo todos os requisitos previstos no texto.
FISCALIZAÇÃO
Atualmente, a entrada em terras indígenas é regulada por uma portaria da Fundação Nacional do Índio (Funai), destinada a proteger especificamente direitos sobre "as manifestações, reproduções e criações estéticas, artísticas, literárias e científicas" dos índios.
Porém, por falta de estrutura e fiscalização, missionários ou pesquisadores podem burlar essa barreira. Em alguns casos, índios que pouco tiveram contato com o homem branco são abordados por religiosos interessados em catequizá-los. Depois de feita a aproximação, o processo para a retirada desses missionários das aldeias torna-se complicado, até porque os índios acabam aderindo à religião.
Fonte: Jornal Estado de São Paulo, www.estadao.com.br
domingo, 7 de dezembro de 2008
O PASTOR DO SALMO
SALMO 23
Porque tenho o Senhor como meu pastor,
de nada tenho falta. Ele me tem.
Ele me faz descansar em lugares seguros,
embora às vezes acho que estou em perigo.
A minha alma fica leve por tê-Lo como pastor.
As vezes me sinto bem perto da morte, mas,
não tenho medo, pois Ele nunca me deixa sozinho.
Alguns inimigos me agridem, mas, Ele, faz destes momentos uma festa.
Usa o seu cajado para me guiar os passos, não para me agredir,
Ele retêm o que eu mereço ( misericórdia )
e me dá o que não mereço ( graça )
e, me garante que, é ao lado dEle, o meu lugar.
Mas, somos todos perseguidos por bondade e misericórdia dEle,
e isto nos dá a certeza de, no porvir, celebrar eternamente com Ele.
Há uma história clássica sobre este salmo que é a seguinte:
Conta-se que havia um artista que ao se apresentar em teatros muitas vezes encerrava suas participação declamando poesias e às vezes um salmo. Uma certa noite ao encerrar sua apresentação, resolver declamar o salmo 23, com toda a sua voz postada, sua oratória, sendo ovacionado com muitas palmas. Ele no entanto, havia visto na platéia um conhecido seu, que era pastor de uma igreja, já bem idoso. Resolveu convidá-lo ao palco para falar também salmo 23. O ancião subiu com dificuldade as escadas, pegou o microfone e falou o salmo, com sua voz cansada e sem os recursos de oratória do artista. Ao final, não havia palmas e sim lágrimas na platéia. O artista tomou a palavra e disse: "Quando eu falei o salmo 23, vocês aplaudiram, quando meu amigo citou o mesmo, vocês choraram. Sabem por quê? É porque eu conheço o salmo e o meu amigo, conhece o pastor do salmo"
Porque tenho o Senhor como meu pastor,
de nada tenho falta. Ele me tem.
Ele me faz descansar em lugares seguros,
embora às vezes acho que estou em perigo.
A minha alma fica leve por tê-Lo como pastor.
As vezes me sinto bem perto da morte, mas,
não tenho medo, pois Ele nunca me deixa sozinho.
Alguns inimigos me agridem, mas, Ele, faz destes momentos uma festa.
Usa o seu cajado para me guiar os passos, não para me agredir,
Ele retêm o que eu mereço ( misericórdia )
e me dá o que não mereço ( graça )
e, me garante que, é ao lado dEle, o meu lugar.
Mas, somos todos perseguidos por bondade e misericórdia dEle,
e isto nos dá a certeza de, no porvir, celebrar eternamente com Ele.
Há uma história clássica sobre este salmo que é a seguinte:
Conta-se que havia um artista que ao se apresentar em teatros muitas vezes encerrava suas participação declamando poesias e às vezes um salmo. Uma certa noite ao encerrar sua apresentação, resolver declamar o salmo 23, com toda a sua voz postada, sua oratória, sendo ovacionado com muitas palmas. Ele no entanto, havia visto na platéia um conhecido seu, que era pastor de uma igreja, já bem idoso. Resolveu convidá-lo ao palco para falar também salmo 23. O ancião subiu com dificuldade as escadas, pegou o microfone e falou o salmo, com sua voz cansada e sem os recursos de oratória do artista. Ao final, não havia palmas e sim lágrimas na platéia. O artista tomou a palavra e disse: "Quando eu falei o salmo 23, vocês aplaudiram, quando meu amigo citou o mesmo, vocês choraram. Sabem por quê? É porque eu conheço o salmo e o meu amigo, conhece o pastor do salmo"
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
A SOBERANIA DE DEUS E AS CALAMIDADES
Três tragédias de grandes proporções, atingiram este ano, o Brasil e dois países asiáticos. Um forte terremoto na China, um terrível ciclone em Miamar, e agora as chuvas com os deslizamentos no Estado de Santa Catarina. Estes eventos, provocaram a morte de muitas pessoas.
Geralmente, quando acontece tais fatos, as pessoas querem saber, o “por que”. Citam como motivo, a religião ou a falta de religão dos moradores de um determinado lugar, que, segundo este pensamento, causaram a “ira de Deus” sobre o lugar.
Vamos ler, um texto da Bíblia que está em Lucas 13:1-5:
"Neste mesmo tempo, contavam alguns, o que tinha acontecido a certos galileus, cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios. Jesus toma a palavra e lhes pergunta: Pensais vós que estes galileus foram maiores pecadores do que todos os outros galileus, por terem sido tratados desse modo? Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo. Ou cuidais que aqueles dezoito homens, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, foram mais culpados do que todos os demais habitantes de Jerusalém? Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo". Lucas 13:1-5.
Assim falou Jesus, analisando um desastre. E é, nesse ambiente de, "aparente silêncio de Deus", que os teólogos ficam desorientados. O Tsunami na Ásia (2004) e o furacão Katrina (2005) em Nova Orleans-EUA, provocou não só tragédias àquelas populações que lá viviam. Provocou também, "furacões e tsunamis" nas cabeças de muitos teólogos. Na ânsia de quererem justificar Deus e terem respostas, criaram praticamente, um "deus" humanístico. Que o digam, os defensores da Teologia Relacional ou do Processo.
Jesus não deu nenhuma resposta a tais questões. Apenas tratou o mundo, como ele era. Todavia, não tentou ser seletivo quanto, às calamidades humanas. A leitura do livro de Eclesiastes, acaba com essa nossa visão, de bem e mal na Terra. Isto porque, diz o Eclesiastes, a Terra é habitada pela injustiça. “O que ocorre ao injusto, ocorre ao justo também”— diz o Eclesiastes 9:2. Em cada indivíduo, Deus tem um propósito único, razão pela qual, não se pode ter uma filosofia do bem e do mal universal, posto que, não sabemos nada sobre Deus e um homem; e, ainda, não teríamos como saber de modo algum, posto que a relação de Deus com os indivíduos é pessoal, e os aplicativos de Seu amor, muitas vezes, colhem inocentes em calamidades, visto que para Deus, a morte não é o que representa para nós. Para nós, nada há pior do que morrer. Para Deus, muitas vezes, nada há pior do que existir na Terra. Isto porque, para Ele todos vivem. Segundo Mateus 22:32, Deus é Deus dos vivos e não dos mortos! Quando Jesus falou esta frase, citando Abraão, Isaque e Jacó, eles estavam mortos à séculos. Mas segundo Jesus, perante Deus, estavam vivos. E isto, o põe para além das coerências e explicações humanas! A leitura dos salmos, parece abrir tal fato para além de nossa compreensão. Ele destrói povos; levanta reis e os abate; trás calamidades e as faz cessar; explode vulcões, e, paradoxalmente, envia estações de fruto... As “testemunhas que clamam debaixo do altar” no Apocalipse, dizendo: “Até quando não vingarás o nosso sangue?”— são todos os que foram vitimas da ação maldosa do homens, assim como também podem ser vítimas de catástrofes que os abateram, no ato de se eliminar um mal maior, e que por eles não foi provocado. A leitura também do Apocalipse, mostra que, no enfrentamento das Bestas e do Falso Profeta, multidões morrem, e a Terra toda geme. Imaginamos sempre, Deus exercendo juízo sobre a Terra, de modo cirúrgico e seletivo, o que tanto não é conforme a Revelação da Palavra, como também não se parece com a realidade. O justo anda pela fé, também porque não conhece os caminhos de Deus! Todavia, muitas das presentes calamidades, são produzidas pelos homens, pelo seu egoísmo, pela sua Síndrome de Torre de Babel, quando decidem usar a Terra como quintal. Num mundo como o nosso, que polui a criação, a devasta, a torna lixo, e trata a Terra como algo desprezível, Deus não tem que fazer nada. Nesse caso, Sua Soberania é deixar a natureza seguir seu curso de revolta! Deus não dá explicações! Nem mesmo a Jó, Ele deu explicações. E quando chegou a hora de falarem os dois, Deus não tratou do sofrimento humano, mas apenas evocou Sua Soberania, com os terríveis “onde estavas tu?”— dirigidos a Jó. Na História, os pobres, os humildes e os fracos, são sempre os que morrem em razão das decisões dos poderosos. Por isto, deles é a Terra Por Vir (dos mansos) e também deles é o reino dos céus (dos humildes). Os ilustrados e certos de que existe uma explicação para as coisas desta vida, são os que sofrem buscando fazer Deus palatável para os sabores humanistas. Ele, todavia, abate a quem quer e levanta a quem deseja. Nele trevas e luz são a mesma coisa. Ele cria a luz e Ele mesmo faz as trevas. Ele reina sobre tudo e todos. Nossa visão é muito limitada! Os teólogos, ficam buscando uma “explicação”. Mas aquilo que implica na Soberania de Deus, foge à compreensão! A pergunta é: “Quem pecou?” A resposta é: Ninguém pecou; e, também, todos pecaram! De modo que o que Jesus disse acerca das calamidades, volta com força esmagadora: “Mas se vós não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis”. O justo vive pela fé, sobretudo, onde não há explicações a serem dadas! Mas que, os presentes ventos, já sopram o inicio do vendável do juízo de Deus, sobre a humanidade e sobre o Planeta que nós estamos destruindo, disso, não tenha dúvida alguma.
"E haverá em vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu". Lucas 21:11
Geralmente, quando acontece tais fatos, as pessoas querem saber, o “por que”. Citam como motivo, a religião ou a falta de religão dos moradores de um determinado lugar, que, segundo este pensamento, causaram a “ira de Deus” sobre o lugar.
Vamos ler, um texto da Bíblia que está em Lucas 13:1-5:
"Neste mesmo tempo, contavam alguns, o que tinha acontecido a certos galileus, cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios. Jesus toma a palavra e lhes pergunta: Pensais vós que estes galileus foram maiores pecadores do que todos os outros galileus, por terem sido tratados desse modo? Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo. Ou cuidais que aqueles dezoito homens, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, foram mais culpados do que todos os demais habitantes de Jerusalém? Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo". Lucas 13:1-5.
Assim falou Jesus, analisando um desastre. E é, nesse ambiente de, "aparente silêncio de Deus", que os teólogos ficam desorientados. O Tsunami na Ásia (2004) e o furacão Katrina (2005) em Nova Orleans-EUA, provocou não só tragédias àquelas populações que lá viviam. Provocou também, "furacões e tsunamis" nas cabeças de muitos teólogos. Na ânsia de quererem justificar Deus e terem respostas, criaram praticamente, um "deus" humanístico. Que o digam, os defensores da Teologia Relacional ou do Processo.
Jesus não deu nenhuma resposta a tais questões. Apenas tratou o mundo, como ele era. Todavia, não tentou ser seletivo quanto, às calamidades humanas. A leitura do livro de Eclesiastes, acaba com essa nossa visão, de bem e mal na Terra. Isto porque, diz o Eclesiastes, a Terra é habitada pela injustiça. “O que ocorre ao injusto, ocorre ao justo também”— diz o Eclesiastes 9:2. Em cada indivíduo, Deus tem um propósito único, razão pela qual, não se pode ter uma filosofia do bem e do mal universal, posto que, não sabemos nada sobre Deus e um homem; e, ainda, não teríamos como saber de modo algum, posto que a relação de Deus com os indivíduos é pessoal, e os aplicativos de Seu amor, muitas vezes, colhem inocentes em calamidades, visto que para Deus, a morte não é o que representa para nós. Para nós, nada há pior do que morrer. Para Deus, muitas vezes, nada há pior do que existir na Terra. Isto porque, para Ele todos vivem. Segundo Mateus 22:32, Deus é Deus dos vivos e não dos mortos! Quando Jesus falou esta frase, citando Abraão, Isaque e Jacó, eles estavam mortos à séculos. Mas segundo Jesus, perante Deus, estavam vivos. E isto, o põe para além das coerências e explicações humanas! A leitura dos salmos, parece abrir tal fato para além de nossa compreensão. Ele destrói povos; levanta reis e os abate; trás calamidades e as faz cessar; explode vulcões, e, paradoxalmente, envia estações de fruto... As “testemunhas que clamam debaixo do altar” no Apocalipse, dizendo: “Até quando não vingarás o nosso sangue?”— são todos os que foram vitimas da ação maldosa do homens, assim como também podem ser vítimas de catástrofes que os abateram, no ato de se eliminar um mal maior, e que por eles não foi provocado. A leitura também do Apocalipse, mostra que, no enfrentamento das Bestas e do Falso Profeta, multidões morrem, e a Terra toda geme. Imaginamos sempre, Deus exercendo juízo sobre a Terra, de modo cirúrgico e seletivo, o que tanto não é conforme a Revelação da Palavra, como também não se parece com a realidade. O justo anda pela fé, também porque não conhece os caminhos de Deus! Todavia, muitas das presentes calamidades, são produzidas pelos homens, pelo seu egoísmo, pela sua Síndrome de Torre de Babel, quando decidem usar a Terra como quintal. Num mundo como o nosso, que polui a criação, a devasta, a torna lixo, e trata a Terra como algo desprezível, Deus não tem que fazer nada. Nesse caso, Sua Soberania é deixar a natureza seguir seu curso de revolta! Deus não dá explicações! Nem mesmo a Jó, Ele deu explicações. E quando chegou a hora de falarem os dois, Deus não tratou do sofrimento humano, mas apenas evocou Sua Soberania, com os terríveis “onde estavas tu?”— dirigidos a Jó. Na História, os pobres, os humildes e os fracos, são sempre os que morrem em razão das decisões dos poderosos. Por isto, deles é a Terra Por Vir (dos mansos) e também deles é o reino dos céus (dos humildes). Os ilustrados e certos de que existe uma explicação para as coisas desta vida, são os que sofrem buscando fazer Deus palatável para os sabores humanistas. Ele, todavia, abate a quem quer e levanta a quem deseja. Nele trevas e luz são a mesma coisa. Ele cria a luz e Ele mesmo faz as trevas. Ele reina sobre tudo e todos. Nossa visão é muito limitada! Os teólogos, ficam buscando uma “explicação”. Mas aquilo que implica na Soberania de Deus, foge à compreensão! A pergunta é: “Quem pecou?” A resposta é: Ninguém pecou; e, também, todos pecaram! De modo que o que Jesus disse acerca das calamidades, volta com força esmagadora: “Mas se vós não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis”. O justo vive pela fé, sobretudo, onde não há explicações a serem dadas! Mas que, os presentes ventos, já sopram o inicio do vendável do juízo de Deus, sobre a humanidade e sobre o Planeta que nós estamos destruindo, disso, não tenha dúvida alguma.
"E haverá em vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu". Lucas 21:11
domingo, 30 de novembro de 2008
A SEGURANÇA DE QUEM CONFIA
SALMO 46
A presença dEle é o que nos deixa tranquilos,
pois, é como estar escondido em lugar seguro.
Mesmo quando a natureza se revolta e aparentemente,
sai ou toma o controle,
Sinto-me como se estivesse na beira de um rio tranquilo,
que é como a morada dEle, onde tudo O louva.
Ele é Senhor absoluto, Seu Trono está no centro de tudo,
de lá, Ele comtempla ouniverso, que é, como um cisco em suas màos,
Os governos pensam que mandam e agem como tal,
mas, Ele é o Senhor de todas as naões e todos os povos O adoram.
Ele é o nosso esconderijo e está entre nós, sobre nóse em nós.
E nós, estamos nEle.
Ao mesmo tempo que permite que haja assolação,
Ele é o mesmo que restaura e consola.
Quanto mais quietona presença dEle, melhor.
Quanto mais atento para contemplar a sua glória, melhor.
Ele é o nosso Deus. Ele nos tem. Nós O temos.
Ele está para além de todas as conveções, instituiões,
Ele é absoluto amor.
É assim que é, pois é assim que Ele é.
Hoje a paz me visitou.
A voz me acalmou.
As palavras me renovaram.
As lagrimas me aspergiram.
O riso me consolou.
A esperança me abraçou.
Há vida na vida.
A presença dEle é o que nos deixa tranquilos,
pois, é como estar escondido em lugar seguro.
Mesmo quando a natureza se revolta e aparentemente,
sai ou toma o controle,
Sinto-me como se estivesse na beira de um rio tranquilo,
que é como a morada dEle, onde tudo O louva.
Ele é Senhor absoluto, Seu Trono está no centro de tudo,
de lá, Ele comtempla ouniverso, que é, como um cisco em suas màos,
Os governos pensam que mandam e agem como tal,
mas, Ele é o Senhor de todas as naões e todos os povos O adoram.
Ele é o nosso esconderijo e está entre nós, sobre nóse em nós.
E nós, estamos nEle.
Ao mesmo tempo que permite que haja assolação,
Ele é o mesmo que restaura e consola.
Quanto mais quietona presença dEle, melhor.
Quanto mais atento para contemplar a sua glória, melhor.
Ele é o nosso Deus. Ele nos tem. Nós O temos.
Ele está para além de todas as conveções, instituiões,
Ele é absoluto amor.
É assim que é, pois é assim que Ele é.
Hoje a paz me visitou.
A voz me acalmou.
As palavras me renovaram.
As lagrimas me aspergiram.
O riso me consolou.
A esperança me abraçou.
Há vida na vida.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
SALMOS - LEITURA TERAPÊUTICA
SALMO 116
Mesmo quando não tenho palavras na minha boca,
Ele me ouve. Por causa disto, eu O amo.
Seus ouvidos se apiedam de mim, por causa disto eu O louvo.
Já vivi situações em que a impressão era que morreria,
gritei o nome dEle, gritei sem que emitisse sons, mas,
Ele me ouviu e visitou a minha alma.
Sua justiça nunca excede sua misericórdia e sua compaixão para comigo.
Ele tem um carinho especial pelos simples, pelos singelos de coração,
quando estes esão prostrados, Ele os visita e os levanta.
Por conta disto, digo à minha alma todos os dias,
VOLTA Ó MINHA ALMA PARA O SEU SOSSEGO.
pois Ele é generoso para contigo.
Um dia me perguntei,
QUE DAREI A ELE POR TUDO QUE É PARA MIM?
Respondi:
testemunharei dEle todos os dias em público,
que todos saibam que Ele é meu Deus.
Ele, mesmo sabendo que nos tem eternamente,
sabe que somos apegados a este mundo,
por isto, tarda em nos recolher, pois, sabe que é dolorido..perder queridos,
Mas, um dia, nós todos, celebraremos juntos,
nos assentaremos à mesma mesa,
compartilharemos as saudades,
mas, Ele estará à mesa,
enxugando nossas lagrimas.
Tu és Senhor o preferido da minha alma,
como este salmo era preferido dos que amei e amo,
Não importa o tempo,
chorarei e me alegrarei lembrando de Ti e dos que Tu me deste para amar.
Aqui fiquei com muito deles,
e eles estão ai com muito de mim,
Mas, todos em Ti, no Seu Colo Eterno.
Um dia falaremos destes mistérios,
Um dia nào haverá paredes,
Um dia o amor prevalecerá.
Faço meus devocionais mexendo com as palavras e me incluindo nas declarações do salmista. Gosto dos salmos e aprendi a relê-los.
Mesmo quando não tenho palavras na minha boca,
Ele me ouve. Por causa disto, eu O amo.
Seus ouvidos se apiedam de mim, por causa disto eu O louvo.
Já vivi situações em que a impressão era que morreria,
gritei o nome dEle, gritei sem que emitisse sons, mas,
Ele me ouviu e visitou a minha alma.
Sua justiça nunca excede sua misericórdia e sua compaixão para comigo.
Ele tem um carinho especial pelos simples, pelos singelos de coração,
quando estes esão prostrados, Ele os visita e os levanta.
Por conta disto, digo à minha alma todos os dias,
VOLTA Ó MINHA ALMA PARA O SEU SOSSEGO.
pois Ele é generoso para contigo.
Um dia me perguntei,
QUE DAREI A ELE POR TUDO QUE É PARA MIM?
Respondi:
testemunharei dEle todos os dias em público,
que todos saibam que Ele é meu Deus.
Ele, mesmo sabendo que nos tem eternamente,
sabe que somos apegados a este mundo,
por isto, tarda em nos recolher, pois, sabe que é dolorido..perder queridos,
Mas, um dia, nós todos, celebraremos juntos,
nos assentaremos à mesma mesa,
compartilharemos as saudades,
mas, Ele estará à mesa,
enxugando nossas lagrimas.
Tu és Senhor o preferido da minha alma,
como este salmo era preferido dos que amei e amo,
Não importa o tempo,
chorarei e me alegrarei lembrando de Ti e dos que Tu me deste para amar.
Aqui fiquei com muito deles,
e eles estão ai com muito de mim,
Mas, todos em Ti, no Seu Colo Eterno.
Um dia falaremos destes mistérios,
Um dia nào haverá paredes,
Um dia o amor prevalecerá.
Faço meus devocionais mexendo com as palavras e me incluindo nas declarações do salmista. Gosto dos salmos e aprendi a relê-los.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
MISSA DO DESCARREGO
O diabo anda solto nos dias de hoje. Essa, pelo menos, é a sensação de uma legião de fiéis que cada vez mais busca nos templos religiosos a solução de seus problemas. Atenta a essas necessidades e, principalmente para atrair seguidores, a Igreja Católica está reeditando rituais de exorcismo, que hoje são chamados missa de cura e libertação. Nem mesmo a tradicional Igreja Romana, sempre cautelosa no assunto, ficou de fora. As celebrações, que já podem ser vistas em alguns santuários, chegam a reunir mais de 500 pessoas numa noite, como ocorreu na última terça-feira na Igreja Nossa Senhora das Graças, em Santo André, na Grande São Paulo. O pároco, Vanderlei Nunes, é o único padre exorcista reconhecido pela Arquidiocese de São Paulo.
- Se não fizermos isso, os pastores evangélicos farão. Veja o êxodo de católicos para outras religiões nos últimos anos - alerta o padre Mário Teodoro Batista, pároco da Igreja de São Silvestre, em Jacareí, Vale do Paraíba.
Padre Jader, que se autodenomina exorcista, diz que, muitas vezes, a pessoa acha que está com encosto porque tudo dá errado na vida dela. Porém, a questão é só psicológica. Ele afirma que também é possível alguém estar com perturbação espiritual e não perceber porque o demônio não se apresentou claramente.
Ele ressalta que só com a prática se diferencia o problema espiritual do psicológico.
- Na sua casa, quem manda é você. Então, se você manda o demônio sair e ele insiste em ficar, não é espiritual, é psicológico - diz.
Trecho de reportagem no jornal O Globo de 23/11/2008, via Pavablog.
- Se não fizermos isso, os pastores evangélicos farão. Veja o êxodo de católicos para outras religiões nos últimos anos - alerta o padre Mário Teodoro Batista, pároco da Igreja de São Silvestre, em Jacareí, Vale do Paraíba.
Padre Jader, que se autodenomina exorcista, diz que, muitas vezes, a pessoa acha que está com encosto porque tudo dá errado na vida dela. Porém, a questão é só psicológica. Ele afirma que também é possível alguém estar com perturbação espiritual e não perceber porque o demônio não se apresentou claramente.
Ele ressalta que só com a prática se diferencia o problema espiritual do psicológico.
- Na sua casa, quem manda é você. Então, se você manda o demônio sair e ele insiste em ficar, não é espiritual, é psicológico - diz.
Trecho de reportagem no jornal O Globo de 23/11/2008, via Pavablog.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
TAMBÉM SOU UMA ALMA SOBREVIVENTE
Li e reli “Alma Sobrevivente” do Philip Yancey (Mundo Cristão, 2004). No livro, Yancey confessa seu quase abandono da igreja evangélica. O fundamentalismo, racismo e obscurantismo de sua pequena comunidade no sul dos Estados Unidos quase o asfixiaram na fé. Identifiquei-me com o autor em seu desencanto.
Por outras razões, já pensei em me auto-exilar do mundo evangélico; aliás, já cogitei, até cometer um “suicídio institucional”. Só não o fiz porque minha biografia, como a dele, também foi marcada por gente, histórias comovedoras e testemunhos formidáveis que me preservam a fé cristã. Eu também posso listar pessoas e eventos que não me deixam desistir. Recordo-me de dois acontecimentos significativos.
Há alguns anos, fui convidado para pregar em uma igreja evangélica carismática no Canadá. Não me assustei com o clima quente dos cultos pentecostais canadenses. Vindo da Assembléia de Deus brasileira, já me acostumara com reuniões emotivas e sempre eufóricas. Falei em três ocasiões diferentes. No domingo, depois que findou o culto, fomos convidados para uma “reunião de grupo caseiro”. Essa igreja participava de um movimento que procurava identificar os interesses dos membros para estabelecer “redes ministeriais” que serviam para formar vínculos entre as pessoas e para evangelização. Na casa que fomos visitar, todos tinham o “dom de colecionar miniaturas de trens”.
O sistema funcionava da seguinte maneira: oito ou nove casais que se interessavam em colecionar miniaturas de trens, se reuniam semanalmente e, enquanto trocavam idéias, consertavam, montavam e faziam os trens passearem, desenvolviam boa fraternidade. Os encontros serviam também de “isca” para atrair pessoas refratárias à fé. Não-cristãos que se interessassem por trenzinhos poderiam ser convidados para essas reuniões e ser evangelizados.
Como éramos de um país pobre e nunca havíamos participado de uma fraternidade cristã que usava trens em miniatura para gerar interesse pelos conteúdos do evangelho, recebemos uma verdadeira aula sobre o funcionamento do grupo e sua lógica ministerial. Cada um queria mostrar sua coleção de vagões, a montagem dos trilhos e as mini-estações com minúsculos passageiros. Espantei-me com a quantidade de dinheiro gasto com o passatempo dos irmãos. Uma autêntica réplica de uma locomotiva a vapor do início do século 20, se não me engano, havia custado 8 mil dólares.
Fui dormir angustiado naquela noite. Meu coração não me deixava dormir. Eu me perguntava: “Onde o cristianismo ocidental se perdeu?”.
Cinco dias depois, cheguei aos Estados Unidos, no estado de Virginia, e preguei numa igreja também carismática. Quando terminou o culto do sábado, um rapaz me convidou para jantar na casa do reitor da Universidade Estadual. Segundo ele, o reitor já visitara o Brasil e se sentiria muito feliz em me conhecer.
A família freqüentava uma igreja presbiteriana bem formal em sua liturgia e bem liberal em sua teologia. Bastaram alguns minutos e entendi a ligação do casal com o Brasil.
Eles tinham uma família de treze filhos, todos adotivos e com alguma deficiência física. O casal decidiu que adotaria crianças de vários países do mundo em situação de abandono, ou por carregarem alguma doença genética ou por sofrerem algum estigma cultural. Assim, tinham uma filha coreana que era cega, surda e muda, um menino africano que nascera sem as pernas, dois ou três com síndrome de Down, e outros com diferentes anomalias genéticas. Os brasileiros eram três: uma menina cega, vinda do sertão da Paraíba e dois meninos infratores, que viviam abandonados nas unidades da Febem de São Paulo e Rio de Janeiro.
Sentamos à mesa e agradecemos a Deus pelo alimento; enquanto comíamos, eu tomava consciência que jamais seria o mesmo. A glória de Deus encheu aquele lar com uma leveza que, em alguns momentos, precisei me beliscar para perceber que não sonhava. Tentei conter minhas lágrimas que escaparam duas ou três vezes e que limpei com o guardanapo de papel. Não resisti e narrei para eles a diferença abismal entre aquela noite e a dos trenzinhos, que tanto me chocaram. O reitor, educado e discretíssimo, não quis alongar minha observação, apenas comentou: “É uma pena, lá eles nunca ouvirão a voz doce de uma criança, dizendo, ‘obrigado, papai’”!.
Despedi-me da família e minha jornada espiritual deu uma guinada. Primeiro, percebi como é fácil adequar o evangelho de Jesus Cristo à mentalidade consumista de uma classe média burguesa, e ainda justificar essa manipulação, com um rótulo espiritual. Depois, roguei para que minha vocação, como pastor pentecostal, não contribuísse para fomentar uma espiritualidade desencarnada. Eu já participara de muitos ambientes em que o clima emocional não se transformava em atos de justiça.
Mas acima de tudo, naquela noite, perdi alguns dos meus preconceitos. Eu fora treinado com uma formação teológica que evitava contato com os liberais. Gente que não lesse a Bíblia e não soubesse repetir o nosso catecismo, deveria ser mantida à distância. De repente, eu estava sentado à mesa de um homem que cultuava a Deus em uma igreja que eu considerava fria. Contudo, seus valores cristãos eram muito mais nobres que os meus. A partir daquele jantar, abri-me para pessoas que vivem fora dos contornos de meu gueto religioso. Aprendi que muitas vezes, outros também encarnam os valores do Reino de Deus até com mais exuberância do que os que se auto-intitulam defensores da sã doutrina.
Acredito que foi Santo Agostinho quem disse: “Deus já possui ovelhas em seu aprisco que a igreja ainda não alcançou”. Hoje celebro os gestos nobres de instituições como Médicos Sem Fronteiras, reverencio o altruísmo de freiras que cuidam de orfanatos e respeito a disposição de padres que se entregam a leprosos. Louvo a Deus por cristãos que, mesmo não participando de nenhuma instituição, comportam-se como bons samaritanos. Recordei-me das palavras de Jesus em Mateus 24:31-46.
Madre Teresa repetia que cuidava de mendigos e leprosos com todo amor, porque Deus poderia estar disfarçado no meio deles. E as palavras de Jesus confirmam: “Digo-lhes a verdade: o que vocês fizerem a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram”.
Fonte: www.ricardogondim.com.br
Por outras razões, já pensei em me auto-exilar do mundo evangélico; aliás, já cogitei, até cometer um “suicídio institucional”. Só não o fiz porque minha biografia, como a dele, também foi marcada por gente, histórias comovedoras e testemunhos formidáveis que me preservam a fé cristã. Eu também posso listar pessoas e eventos que não me deixam desistir. Recordo-me de dois acontecimentos significativos.
Há alguns anos, fui convidado para pregar em uma igreja evangélica carismática no Canadá. Não me assustei com o clima quente dos cultos pentecostais canadenses. Vindo da Assembléia de Deus brasileira, já me acostumara com reuniões emotivas e sempre eufóricas. Falei em três ocasiões diferentes. No domingo, depois que findou o culto, fomos convidados para uma “reunião de grupo caseiro”. Essa igreja participava de um movimento que procurava identificar os interesses dos membros para estabelecer “redes ministeriais” que serviam para formar vínculos entre as pessoas e para evangelização. Na casa que fomos visitar, todos tinham o “dom de colecionar miniaturas de trens”.
O sistema funcionava da seguinte maneira: oito ou nove casais que se interessavam em colecionar miniaturas de trens, se reuniam semanalmente e, enquanto trocavam idéias, consertavam, montavam e faziam os trens passearem, desenvolviam boa fraternidade. Os encontros serviam também de “isca” para atrair pessoas refratárias à fé. Não-cristãos que se interessassem por trenzinhos poderiam ser convidados para essas reuniões e ser evangelizados.
Como éramos de um país pobre e nunca havíamos participado de uma fraternidade cristã que usava trens em miniatura para gerar interesse pelos conteúdos do evangelho, recebemos uma verdadeira aula sobre o funcionamento do grupo e sua lógica ministerial. Cada um queria mostrar sua coleção de vagões, a montagem dos trilhos e as mini-estações com minúsculos passageiros. Espantei-me com a quantidade de dinheiro gasto com o passatempo dos irmãos. Uma autêntica réplica de uma locomotiva a vapor do início do século 20, se não me engano, havia custado 8 mil dólares.
Fui dormir angustiado naquela noite. Meu coração não me deixava dormir. Eu me perguntava: “Onde o cristianismo ocidental se perdeu?”.
Cinco dias depois, cheguei aos Estados Unidos, no estado de Virginia, e preguei numa igreja também carismática. Quando terminou o culto do sábado, um rapaz me convidou para jantar na casa do reitor da Universidade Estadual. Segundo ele, o reitor já visitara o Brasil e se sentiria muito feliz em me conhecer.
A família freqüentava uma igreja presbiteriana bem formal em sua liturgia e bem liberal em sua teologia. Bastaram alguns minutos e entendi a ligação do casal com o Brasil.
Eles tinham uma família de treze filhos, todos adotivos e com alguma deficiência física. O casal decidiu que adotaria crianças de vários países do mundo em situação de abandono, ou por carregarem alguma doença genética ou por sofrerem algum estigma cultural. Assim, tinham uma filha coreana que era cega, surda e muda, um menino africano que nascera sem as pernas, dois ou três com síndrome de Down, e outros com diferentes anomalias genéticas. Os brasileiros eram três: uma menina cega, vinda do sertão da Paraíba e dois meninos infratores, que viviam abandonados nas unidades da Febem de São Paulo e Rio de Janeiro.
Sentamos à mesa e agradecemos a Deus pelo alimento; enquanto comíamos, eu tomava consciência que jamais seria o mesmo. A glória de Deus encheu aquele lar com uma leveza que, em alguns momentos, precisei me beliscar para perceber que não sonhava. Tentei conter minhas lágrimas que escaparam duas ou três vezes e que limpei com o guardanapo de papel. Não resisti e narrei para eles a diferença abismal entre aquela noite e a dos trenzinhos, que tanto me chocaram. O reitor, educado e discretíssimo, não quis alongar minha observação, apenas comentou: “É uma pena, lá eles nunca ouvirão a voz doce de uma criança, dizendo, ‘obrigado, papai’”!.
Despedi-me da família e minha jornada espiritual deu uma guinada. Primeiro, percebi como é fácil adequar o evangelho de Jesus Cristo à mentalidade consumista de uma classe média burguesa, e ainda justificar essa manipulação, com um rótulo espiritual. Depois, roguei para que minha vocação, como pastor pentecostal, não contribuísse para fomentar uma espiritualidade desencarnada. Eu já participara de muitos ambientes em que o clima emocional não se transformava em atos de justiça.
Mas acima de tudo, naquela noite, perdi alguns dos meus preconceitos. Eu fora treinado com uma formação teológica que evitava contato com os liberais. Gente que não lesse a Bíblia e não soubesse repetir o nosso catecismo, deveria ser mantida à distância. De repente, eu estava sentado à mesa de um homem que cultuava a Deus em uma igreja que eu considerava fria. Contudo, seus valores cristãos eram muito mais nobres que os meus. A partir daquele jantar, abri-me para pessoas que vivem fora dos contornos de meu gueto religioso. Aprendi que muitas vezes, outros também encarnam os valores do Reino de Deus até com mais exuberância do que os que se auto-intitulam defensores da sã doutrina.
Acredito que foi Santo Agostinho quem disse: “Deus já possui ovelhas em seu aprisco que a igreja ainda não alcançou”. Hoje celebro os gestos nobres de instituições como Médicos Sem Fronteiras, reverencio o altruísmo de freiras que cuidam de orfanatos e respeito a disposição de padres que se entregam a leprosos. Louvo a Deus por cristãos que, mesmo não participando de nenhuma instituição, comportam-se como bons samaritanos. Recordei-me das palavras de Jesus em Mateus 24:31-46.
Madre Teresa repetia que cuidava de mendigos e leprosos com todo amor, porque Deus poderia estar disfarçado no meio deles. E as palavras de Jesus confirmam: “Digo-lhes a verdade: o que vocês fizerem a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram”.
Fonte: www.ricardogondim.com.br
terça-feira, 18 de novembro de 2008
CUIDADO COM O BAILE DE MÁSCARAS
O apóstolo Paulo escrevendo aos coríntios disse: "Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor" II Cor 3:18. Soren Kierkegaard certa vez disse que, a vida é um baile de máscaras. Ele sabia que este, era o escudo atrás do qual as almas se escondiam de si mesmas, e, assim, tentavam ocultar suas faces também para a percepção dos demais. A maioria quer ser famosa, mas poucos querem ser conhecidos! Ora, usar máscaras, para muitos, não passa de truque, de um direito, de uma opção: ser ou não ser; mostrar ou não mostrar; como se tal bravata contra o próprio ser pudesse passar sem punição. Para muitos, esconder-se atrás das máscaras é apenas um questão de proteção ou de diversão inexaurível e viciante. Sim, acaba virando um vício do ser, a tal ponto que sem as máscaras muitos homens não suportam e morrem. Assim, para a maioria, sem o personagem, acaba a pessoa. Talvez esta seja a razão pela qual até agora, ninguém conseguiu conhecer você, pois toda revelação que você faz de “si mesmo”, é sempre uma ilusão. Você não sabe quem você é, mas apenas sabe qual deve ser a sua imagem, a sua máscara. Nesse caso, sua mais ardente e compulsiva tarefa na existência, consiste em preservar seu esconderijo. E, sem dúvida, devemos admitir que muita gente desenvolveu tal capacidade de transformismo com a mesma habilidade dos polvos miméticos. Sendo assim, diz Kierkegaard, “você é tão mais bem sucedido, quanto mais enigmática for a sua máscara”. Quando a existência se transforma “nisto”, eu e você viramos de fato nada além de NADA. Ou seja, passamos a ser apenas uma “relação com os outros”; e o que nos tornamos é unicamente em razão e em “virtude dessa relação”. A moral é a grande máscara. E os moralistas são o que detém o maior número de disfarces. Entre esses, o mais danoso de todos é o estelionatário da religião, o picareta que come as almas dos homens. Lobos mascarados de ovelhas! Muitos existem assim. Daí, quando acontecem catástrofes que lhes roubam as “máscaras”, ficam em estado de desespero, visto que, sem a máscara eles não possuem um rosto próprio, algo que a própria pessoa reconheça para si e como sua, e não apenas como um reflexo da imagem que os outros devolvem para você mesmo, supostamente acerca de quem você aparenta ser para eles. Desse modo, você vende imagem, e se alimenta dela. Mas no dia em que as máscaras são tiradas, muitos não conseguem mais viver, pois neles não há uma vida própria, mas apenas uma existência fabricada para consumo no Baile de Fantasias, que é a existência de muita gente. ”Você não sabe que vem a hora chamada “meia noite” na qual todos terão que lançar fora suas máscaras? Você crê realmente que a vida se deixará zombar para sempre? Ou talvez você pense que pode escapar um pouco antes da “meia noite” e fugir de tal hora? Ou será que você fica apavorado com essa idéia?”—pergunta o profeta. Você consegue pensar em algo mais apavorante do que ter que viver tal “meia noite” em sua existência na Terra ou em qualquer outro lugar onde isto possa lhe acontecer? Quem vive nesse Baile de Fantasias não tem idéia do que faz de mal à sua própria alma. Não existe droga mais viciante do que a força compulsiva da “máscara”. Aquele que se faz um com a mascara, faz-se um com o Nada, pois sua natureza vai se dissolvendo numa multiplicidade...e que acaba fazendo com que esse ser realmente se torne muitos. Pode acontecer, de se tornar semelhante àquele pobre Gadareno, ocupado por “infelizes demônios”; numa legião de falsas identidades, que não são suas identidades, e muito menos correspondem a você! Os demônios habitam sob máscaras. Por isto mascarados lhes são tão desejáveis residências. Pobre do auto-enganado que pensa que as máscaras o salvarão! Tire de sua cara a máscara. Do contrário, você poderá vir a perder a coisa mais sagrada e preciosa de um ser humano - o poder unificador da personalidade, e a capacidade abençoada de se tornar alguém que seja realmente você. Deixe que Deus retire o véu da sua face para que você possa, com cara descoberta refletir a glória do Senhor, sendo transformado pelo Espírito Santo, na imagem de Jesus Cristo.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
CONFISSÕES
Não temos pregado sobre a queda do homem, sobre a doença do pecado, sobre a sujeira do coração humano, sobre o pecado residente, sobre a lei do pecado, sobre a predominância do mal na experiência pessoal.
Há muito tempo não temos pregado Jesus Cristo. Fazemos ligeiras menções a ele por força do hábito, para fazer jus ao nome de cristãos. Porém, não abordamos séria e frequentemente seu nascimento sobrenatural, sua dupla natureza humana e divina, seu sacrifício expiatório, sua vitória sobre a morte, sua exaltação ao assentar-se à direita do Pai, e sua parúsia em poder e muita glória. De vez em quando somos obrigados a ouvir o que o Senhor disse ao anjo de Laodicéia: "Eis que estou à porta e bato" (Ap 3.20).
Conversão não significa mais aquela meia-volta que marca o rompimento com o pecado e a incredulidade, aquele nascer de novo sem o qual ninguém pode entrar no reino de Deus, aquela disposição corajosa e continuada de negar-se a si mesmo, tomar a cruz e seguir a Cristo sem restrições.
Por não estarmos fazendo clara distinção entre adesão e conversão, estamos trabalhando para aumentar na igreja visível a porcentagem do joio em detrimento da porcentagem do trigo. Se continuarmos assim, muito em breve seremos uma megaigreja de cristãos nominais.
Continuamos muito mais interessados na quantidade do que na qualidade. O crescimento numérico exerce sobre nós um fascínio muito maior do que o crescimento em santidade.
Não temos feito discípulos de Cristo, mas temos ensinado as pessoas a se utilizarem de Cristo e dos benefícios do evangelho egoisticamente.
Não temos conseguido fazer a difícil distinção entre ministério e mero interesse comercial. Produzimos e vendemos Bíblias, livros, revistas, jornais, CDs e DVDs de música e mensagens para edificação dos fiéis, cada vez mais numerosos, e também, em alguns casos, para encher o bolso de dinheiro. Tornamo-nos tão oportunistas quanto os vendilhões do templo e, como eles, estamos transformando a casa de oração num esconderijo de ladrões (Mt 21.13), ou quanto os vendedores de indulgências do século 16, que transformaram a igreja num mercado de salvação.
Não temos colocado nossa motivação à prova. Por ausência de filtro, a verdadeira motivação mistura-se com desejo de projeção pessoal, com sede de poder, com interesses particulares, com ciúmes, invejas e rivalidades.
Temos trocado a direção do Espírito pela política eclesiástica. Compramos votos e vendemos posições. Prestigiamos partidários e colocamos mordaça naqueles que não nos convêm, quase sempre em nome da revitalização da ortodoxia e da espiritualidade.
Não nos humilhamos nem sob a proteção da poderosa mão de Deus. Não esperamos a exaltação que vem do Senhor na medida certa e na ocasião adequada (1Pe 5.6). Esquecemo-nos de que “a desgraça está um passo depois do orgulho” e que “logo depois da vaidade vem a queda” (Pv 16.18, BV). Não temos sido delicados com Jesus Cristo, pois o verdadeiro amigo do Noivo faz propaganda do Noivo e não de si mesmo (Jo 3.30, BV).
Por meio da repressão por demais conservadora e da formulação de um monte de regras e normas, temos destruído a espontaneidade do culto e provocado muitas cisões no Corpo de Cristo. Por meio da contra-repressão por demais liberal e da formulação de um monte de licenças e permissividades, temos destruído a seriedade do culto e provocado muitas cisões no Corpo de Cristo.
Os pastores desencaminham as ovelhas e as fazem perambular por aí. E as ovelhas aumentam o salário de seus pastores para que eles continuem a deixá-las em paz.
Da não ordenação de mulheres, passamos a ordenar um sem-número de mulheres, mais devido ao fato de serem casadas com pastores do que por necessidade e vocação, o que já ocorria com a ordenação masculina.
Não perdoamos os que pecaram, arrependeram-se e receberam de Deus uma ficha totalmente limpa. Porém, em nome de uma graça barata, abrigamos em nossas comunidades os que pecam, não choram nem se arrependem.
Nossa consciência missionária é pobre e inconstante; existe apenas em alguns poucos líderes e em algumas poucas igrejas.
A noção de missão integral, na teoria e na prática, ainda é bastante estranha para muitos pastores, líderes e fiéis.
Fonte: Revista Ultimato, Edição nº 315, novembro/dezembro-2008.
Há muito tempo não temos pregado Jesus Cristo. Fazemos ligeiras menções a ele por força do hábito, para fazer jus ao nome de cristãos. Porém, não abordamos séria e frequentemente seu nascimento sobrenatural, sua dupla natureza humana e divina, seu sacrifício expiatório, sua vitória sobre a morte, sua exaltação ao assentar-se à direita do Pai, e sua parúsia em poder e muita glória. De vez em quando somos obrigados a ouvir o que o Senhor disse ao anjo de Laodicéia: "Eis que estou à porta e bato" (Ap 3.20).
Conversão não significa mais aquela meia-volta que marca o rompimento com o pecado e a incredulidade, aquele nascer de novo sem o qual ninguém pode entrar no reino de Deus, aquela disposição corajosa e continuada de negar-se a si mesmo, tomar a cruz e seguir a Cristo sem restrições.
Por não estarmos fazendo clara distinção entre adesão e conversão, estamos trabalhando para aumentar na igreja visível a porcentagem do joio em detrimento da porcentagem do trigo. Se continuarmos assim, muito em breve seremos uma megaigreja de cristãos nominais.
Continuamos muito mais interessados na quantidade do que na qualidade. O crescimento numérico exerce sobre nós um fascínio muito maior do que o crescimento em santidade.
Não temos feito discípulos de Cristo, mas temos ensinado as pessoas a se utilizarem de Cristo e dos benefícios do evangelho egoisticamente.
Não temos conseguido fazer a difícil distinção entre ministério e mero interesse comercial. Produzimos e vendemos Bíblias, livros, revistas, jornais, CDs e DVDs de música e mensagens para edificação dos fiéis, cada vez mais numerosos, e também, em alguns casos, para encher o bolso de dinheiro. Tornamo-nos tão oportunistas quanto os vendilhões do templo e, como eles, estamos transformando a casa de oração num esconderijo de ladrões (Mt 21.13), ou quanto os vendedores de indulgências do século 16, que transformaram a igreja num mercado de salvação.
Não temos colocado nossa motivação à prova. Por ausência de filtro, a verdadeira motivação mistura-se com desejo de projeção pessoal, com sede de poder, com interesses particulares, com ciúmes, invejas e rivalidades.
Temos trocado a direção do Espírito pela política eclesiástica. Compramos votos e vendemos posições. Prestigiamos partidários e colocamos mordaça naqueles que não nos convêm, quase sempre em nome da revitalização da ortodoxia e da espiritualidade.
Não nos humilhamos nem sob a proteção da poderosa mão de Deus. Não esperamos a exaltação que vem do Senhor na medida certa e na ocasião adequada (1Pe 5.6). Esquecemo-nos de que “a desgraça está um passo depois do orgulho” e que “logo depois da vaidade vem a queda” (Pv 16.18, BV). Não temos sido delicados com Jesus Cristo, pois o verdadeiro amigo do Noivo faz propaganda do Noivo e não de si mesmo (Jo 3.30, BV).
Por meio da repressão por demais conservadora e da formulação de um monte de regras e normas, temos destruído a espontaneidade do culto e provocado muitas cisões no Corpo de Cristo. Por meio da contra-repressão por demais liberal e da formulação de um monte de licenças e permissividades, temos destruído a seriedade do culto e provocado muitas cisões no Corpo de Cristo.
Os pastores desencaminham as ovelhas e as fazem perambular por aí. E as ovelhas aumentam o salário de seus pastores para que eles continuem a deixá-las em paz.
Da não ordenação de mulheres, passamos a ordenar um sem-número de mulheres, mais devido ao fato de serem casadas com pastores do que por necessidade e vocação, o que já ocorria com a ordenação masculina.
Não perdoamos os que pecaram, arrependeram-se e receberam de Deus uma ficha totalmente limpa. Porém, em nome de uma graça barata, abrigamos em nossas comunidades os que pecam, não choram nem se arrependem.
Nossa consciência missionária é pobre e inconstante; existe apenas em alguns poucos líderes e em algumas poucas igrejas.
A noção de missão integral, na teoria e na prática, ainda é bastante estranha para muitos pastores, líderes e fiéis.
Fonte: Revista Ultimato, Edição nº 315, novembro/dezembro-2008.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
PROFETIZANDO ÀS NAÇÕES
Gosto muito desta canção da Fernanda Brum, quando diz: "profetas que não vendem seus ministérios e nem negociam a sua unção". Quando se lê o Antigo Testamento, vemos que os profetas não foram meros microfones que amplificavam e decodificavam o falar de Deus, mas gente com uma cultura, temperamento e individualidade. A tarefa do profeta não se resumia em transmitir o ponto de vista divino. Ele era o referencial do povo. O profeta em Israel não vaticinava apenas. Ele era também poeta, pregador, patriota, crítico social. Iniciavam suas profecias com juízo mas sempre concluíam com esperança e redenção. O profeta não repetia jargões, não perpetuava o que já fora dito, mas pensava fora dos paradigmas. Não era convencional. A mágica de suas palavras vinha de sua intuição, de seu inconformismo e da largura de seus anseios. Inúmeras vezes a linguagem do profeta foi hiperbólica. O exagero era uma maneira de mostrar sua angústia, seu desespero de não se acovardar diante do iminente fracasso nacional. Meu apetite em ler os profetas fez nascer em mim o desejo de vê-los entre nós. Entendo que o ministério profético com autoridade canônica foi até João Batista (Mt 11.13). Sei também que o dom carismático da profecia (I Co 12) resume-se à função tríplice que Paulo nos deu em I Coríntios 14:3: edificar, exortar e consolar. Creio que o ministério profético que desejo não seja um título ou cargo. Sinto que a igreja evangélica brasileira, tem bons evangelistas, excelentes estrategistas eclesiásticos, já demonstramos alguma maturidade teológica, mas ainda somos carentes de líderes com a verve profética.
O Brasil necessita de pessoas, que sejam autênticos profetas do século XXI. Que impressionem pela coerência, bravura e profundo compromisso com os valores do reino de Deus e não pela performace. Que sejam "vozes" que clamam do deserto, e não "ecos" dos outros. Hoje, o termo profeta anda meio banalizado. O que se vê muito é, aquelas ou aqueles videntes de plantão, que ficam profetizando casamentos ou des-casamentos, usos e costumes, dinheiro, etc. São comuns em reuniões de oração, em residências, em festas nas igrejas, quando dão umas profetadas (bajulação,) para os pastores no púlpito. Tem uns, que têm até a cara de pau, de oferer consultas e cobrar por elas. Sugiro a leitura com calma, dos capítulos 26, 27 e 28 do livro de Jeremias e capítulos 5, 6 e 7 de Amós, para ver como era o verdadeiro ministério profético. Sei que ainda há "profeta em Israel". A necessidade atual é de profetas que falem a Palavra de Deus, sem temer o homem, e não de "picaretas" que não têm nenhum temor de Deus, ao dizer que estão falando em nome Dele.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
A ELEIÇÃO DE OBAMA E MINHA ESPERANÇA DE BILLY GRAHAM
Barack Obama foi eleito dia 04 de novembro de 2008, o novo presidente dos Estados Unidos, sendo o primeiro negro a ocupar o cargo na terra do Tio Sam. De pai queniano e mãe branca americana, com parentes no Quênia, tendo nascido no Havaí. Parece uma mini-Nações Unidas. Com nome de rei, Barack Hussein Obama apresenta-se com experiência multi-cultural em todas as perspectivas; fazendo de seu nome, sua cor, suas heranças, sua internacionalidade, de sua multi-racialidade, de sua inter-religiosidade, e de sua experiência com serviços humanos — o que faltava à América e ao mundo, em termos de novo paradigma Global, amado pela mídia, aguardado como messias por quase todos os povos, especialmente os árabes, africanos e grupos étnicos segregados ou estigmatizados.
O novo Presidente dos Estados Unidos é apresentado como o homem da Era, e não apenas da Hora. Em 1968, o líder dos direitos civís, Martins Luter King, foi assassinado, quarenta anos depois, os Estados Unidos e o mundo, assistem ascenção de um negro à Casa Branca, o fato por si só, já carrega um simbolismo tremendo. Vejo dois extremos ao analisar o momento. Existem os que o consideram um "Messias", depositando nele grandes esperanças, depois de oito anos de governo Bush, com seus "Falcões", representando o grupo dos conservadores, duas guerras, uma crise econômica, só comparada a quebra da Bolsa de Valores em 1929. Sem contar que Obama teve uma propaganda midiática tremenda. Por outro lado, existem os que o consideram "o Anticristo", que são os chamados "conservadores" e "direitistas", pois acusam Obama de defender uma agenda liberal, como a defesa do abordo, direitos dos homossexuais, e etc. Acredito que não é hora nem para ingenuidades, nem para fanatismo. Apenas, oro para que faça um bom governo, pois o que é feito lá, tem repercursões no mundo inteiro, afinal de contas, mesmo em meio a uma grande crise, a nação americana, ainda é uma superpotência.
Ao mesmo tempo aqui no Brasil, esta semana, está ocorrendo o evento "Minha Esperança", com Billy Graham e seu filho Frank Graham, pregando, com Aline Barros cantando e o jogador Kaká dando o seu testemunho. O programa será transmitido pela TV Bandeirantes, durante os dias 6,7 e 8 do corrente mês. São três programas de 30 minutos de duração. Desde adolescente sou admirador de Billy Graham, tendo lido a maioria dos seus livros. Atualmente o famoso evangelista está com 90 anos. Sem dúvida, um homem que fez muito pela evangelização nos últimos 60 anos. Mas, para ser sincero, mesmo tendo grande simpatia pela pessoa e pelo ministério de Billy Graham, não acredito que é por aí que a banda toca mais. Já se foi a era em que, televangelistas norte-americanos viam ao Brasil, trazendo não só pregação evangelística, mas também o triunfalismo americano, nos anos 70 e 80, como Rex Humbard e Jimmy Swaggart. Mas, mesmo assim, confesso que é bom ouvir o veterano "Billy", pregar o evangelho e a cruz de Cristo de maneira simples e objetiva, porque estou cansado de ver programas de televisão evangélicos, onde só se fala em prosperidade, curas ou pior, brigas de poder eclesiástico.
O novo Presidente dos Estados Unidos é apresentado como o homem da Era, e não apenas da Hora. Em 1968, o líder dos direitos civís, Martins Luter King, foi assassinado, quarenta anos depois, os Estados Unidos e o mundo, assistem ascenção de um negro à Casa Branca, o fato por si só, já carrega um simbolismo tremendo. Vejo dois extremos ao analisar o momento. Existem os que o consideram um "Messias", depositando nele grandes esperanças, depois de oito anos de governo Bush, com seus "Falcões", representando o grupo dos conservadores, duas guerras, uma crise econômica, só comparada a quebra da Bolsa de Valores em 1929. Sem contar que Obama teve uma propaganda midiática tremenda. Por outro lado, existem os que o consideram "o Anticristo", que são os chamados "conservadores" e "direitistas", pois acusam Obama de defender uma agenda liberal, como a defesa do abordo, direitos dos homossexuais, e etc. Acredito que não é hora nem para ingenuidades, nem para fanatismo. Apenas, oro para que faça um bom governo, pois o que é feito lá, tem repercursões no mundo inteiro, afinal de contas, mesmo em meio a uma grande crise, a nação americana, ainda é uma superpotência.
Ao mesmo tempo aqui no Brasil, esta semana, está ocorrendo o evento "Minha Esperança", com Billy Graham e seu filho Frank Graham, pregando, com Aline Barros cantando e o jogador Kaká dando o seu testemunho. O programa será transmitido pela TV Bandeirantes, durante os dias 6,7 e 8 do corrente mês. São três programas de 30 minutos de duração. Desde adolescente sou admirador de Billy Graham, tendo lido a maioria dos seus livros. Atualmente o famoso evangelista está com 90 anos. Sem dúvida, um homem que fez muito pela evangelização nos últimos 60 anos. Mas, para ser sincero, mesmo tendo grande simpatia pela pessoa e pelo ministério de Billy Graham, não acredito que é por aí que a banda toca mais. Já se foi a era em que, televangelistas norte-americanos viam ao Brasil, trazendo não só pregação evangelística, mas também o triunfalismo americano, nos anos 70 e 80, como Rex Humbard e Jimmy Swaggart. Mas, mesmo assim, confesso que é bom ouvir o veterano "Billy", pregar o evangelho e a cruz de Cristo de maneira simples e objetiva, porque estou cansado de ver programas de televisão evangélicos, onde só se fala em prosperidade, curas ou pior, brigas de poder eclesiástico.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
CONTRADIÇÕES
Enquanto um sacerdote engravatado gesticula com promessa de abundância e prosperidade na televisão, a fila de mulheres e crianças avança pelo Congo esquálido.
Enquanto um tanque de guerra queima muitos galões de combustível para mostrar o poderio esmagador do exército bem equipado, falta gaze e esparadrapo na clínica suburbana.
Enquanto um jogador de futebol se diverte na festa, ostentando seu relógio de trinta mil dólares, todo o vilarejo bebe água no ribeiro contaminado pelo esgoto industrial.
Enquanto um banqueiro festeja o socorro bilionário que lhe salvou da falência com churrasco, no iate ancorado em um paraíso fiscal, o ônibus super lotado se arrasta pela avenida engarrafada.
Enquanto um grupo de acadêmicos ateus e crentes debate sobre a existência ou não de Deus com indignações e farpas mútuas, não se achou uma só pessoa para conversar com a mulher que acabou de enterrar o filho, morto pelo tráfico.
(Por favor, não diga que sou pessimista).
Fonte: www.ricadogondim.com.br
Enquanto um tanque de guerra queima muitos galões de combustível para mostrar o poderio esmagador do exército bem equipado, falta gaze e esparadrapo na clínica suburbana.
Enquanto um jogador de futebol se diverte na festa, ostentando seu relógio de trinta mil dólares, todo o vilarejo bebe água no ribeiro contaminado pelo esgoto industrial.
Enquanto um banqueiro festeja o socorro bilionário que lhe salvou da falência com churrasco, no iate ancorado em um paraíso fiscal, o ônibus super lotado se arrasta pela avenida engarrafada.
Enquanto um grupo de acadêmicos ateus e crentes debate sobre a existência ou não de Deus com indignações e farpas mútuas, não se achou uma só pessoa para conversar com a mulher que acabou de enterrar o filho, morto pelo tráfico.
(Por favor, não diga que sou pessimista).
Fonte: www.ricadogondim.com.br
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
O PAI NOSSO
Mateus 6:9-13: “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome, venha o teu reino, seja feita atua vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dá hoje. Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. Porque teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre. Amém”.
Esse texto das Escrituras, conhecido no mundo inteiro como a Oração do Pai Nosso, é que eu gostaria de usar, como base para nosso reflexão hoje. Essa oração ensinada por Jesus, não é para ser usada como uma reza, ou um mantra. Ela, além de ser o modelo da oração ideal, também mostra, como deve ser o nosso relacionamento com Deus e os homens.
“Pai nosso que estás nos ceús, santificado seja o teu nome”. Em primeiro lugar diz, que Deus é o nosso Pai. Pode parecer estranho o que eu vou dizer, mas, para algumas pessoas, relacionar Deus com a figura do pai, parece ruim. É o caso da pessoa, que teve uma experiência negativa com seu pai, transferindo isto, as vezes até de forma inconsciente, para Deus (algo meio Freudiano). Mas, mesmo se você teve uma experiência negativa ou até traumática com seu pai terreno, o Senhor Jesus está dizendo que Deus é o nosso Pai. Ele nos ama. Tem pessoas que quando se referem a Deus, parecem que não o vêem como um Deus de Amor e Misericórdia. Outra coisa, Ele é o Pai Nosso. Aqui fala no plural, no coletivo e não no individual. Numa sociedade capitalista e em pleno pós-modernismo, onde o individualismo é valorizado, nos aprendemos com esta oração que o Pai não é só meu, ele é “Nosso”.
“Venho o teu reino”. Hoje, o que nós estamos vendo com tristeza, é muitos líderes religiosos tentando construir o seu próprio reino aqui na terra; verdadeiros impérios. Mas o reino de Deus - é de Deus. Não adianta ficar citando o “não toqueis nos meus ungidos”, para justificar a tirania cometida contra os outros. Deus tem cuidado dos seus “pequeninos” e pode executar juízos contra a casa do Sumo Sacerdote Eli.
“Seja feita a tua vontade, assim na terra, como no céu”. Existe no meio evangélico uma paranóia, com respeito à vontade de Deus. Quantos que saem procurando “profetas” (que mais parecem videntes), para saber a vontade de Deus para sua vida. Com quem vão casar, onde vão trabalhar, se vão ter uma carreira secular ou ministerial brilhante, etc. A verdade é que existe um terreno fértil no Brasil, para esse tipo de coisa. Deixa eu te dizer uma coisa: Pare com esse negócio de sair atrás de “revelações”. A Vontade de Deus, é para ser experimentada, conforme Romanos 12:2b: “..para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.. Porque somos instruídos pela Palavra, a andar por fé, não por vistas, não por emoção. E fé conforme Hebreus 11:1: “...é certeza das coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem”.
“O pão nosso de cada dia nos dá hoje”. Jesus não está prometendo riquezas aqui, como o pessoal da teologia da prosperidade diz. Ele está ensinando a orar pedindo a Deus, o seu pão cotidiano.
“Perdoa-nos a nossa dívida, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” – Tem gente, que tem dificuldades de perdoar até a si próprio, quanto mais aos outros. Receba o perdão de Deus para a sua vida, e depois use de misericórdia para com os outros também. E lembre-se: quando você perdoa, você é o maior beneficiário.
“Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal” – O diabo tenta, mas não obriga ninguém a pecar. Hoje ele se transformou em muitas igrejas, numa figura quase vicária, levando a culpa dos outros. Muitas pessoas querendo se justificarem, transferem para ele toda a responsabilidade. Se adulterou, foi porque o espírito do adultério os obrigou, e por aí vai. O mal tem muitas formas, sendo uma das piores, quando se transforma em anjo de luz e prega um “outro evangelho”.
"Porque teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre. Amém”. A oração começa e termina com adoração a Deus. Certa ocasião um homem, estava viajando de trem e viu um garoto sentado sozinho em uma poltrona. Aproximando-se do menino perguntou: Por que você está viajando sozinho, porventura não tem medo? O menino respondeu: Eu não tenho medo, porque o meu pai é o maquinista.
Nós também, estamos em uma viagem no trem da vida, e eu termino esta mensagem dizendo para você, que tem medo e ansiedade com relação ao futuro. Não tenha medo, confie no Senhor, porque o nosso Pai Celestial é o maquinista, Ele é o Senhor da História.
Esse texto das Escrituras, conhecido no mundo inteiro como a Oração do Pai Nosso, é que eu gostaria de usar, como base para nosso reflexão hoje. Essa oração ensinada por Jesus, não é para ser usada como uma reza, ou um mantra. Ela, além de ser o modelo da oração ideal, também mostra, como deve ser o nosso relacionamento com Deus e os homens.
“Pai nosso que estás nos ceús, santificado seja o teu nome”. Em primeiro lugar diz, que Deus é o nosso Pai. Pode parecer estranho o que eu vou dizer, mas, para algumas pessoas, relacionar Deus com a figura do pai, parece ruim. É o caso da pessoa, que teve uma experiência negativa com seu pai, transferindo isto, as vezes até de forma inconsciente, para Deus (algo meio Freudiano). Mas, mesmo se você teve uma experiência negativa ou até traumática com seu pai terreno, o Senhor Jesus está dizendo que Deus é o nosso Pai. Ele nos ama. Tem pessoas que quando se referem a Deus, parecem que não o vêem como um Deus de Amor e Misericórdia. Outra coisa, Ele é o Pai Nosso. Aqui fala no plural, no coletivo e não no individual. Numa sociedade capitalista e em pleno pós-modernismo, onde o individualismo é valorizado, nos aprendemos com esta oração que o Pai não é só meu, ele é “Nosso”.
“Venho o teu reino”. Hoje, o que nós estamos vendo com tristeza, é muitos líderes religiosos tentando construir o seu próprio reino aqui na terra; verdadeiros impérios. Mas o reino de Deus - é de Deus. Não adianta ficar citando o “não toqueis nos meus ungidos”, para justificar a tirania cometida contra os outros. Deus tem cuidado dos seus “pequeninos” e pode executar juízos contra a casa do Sumo Sacerdote Eli.
“Seja feita a tua vontade, assim na terra, como no céu”. Existe no meio evangélico uma paranóia, com respeito à vontade de Deus. Quantos que saem procurando “profetas” (que mais parecem videntes), para saber a vontade de Deus para sua vida. Com quem vão casar, onde vão trabalhar, se vão ter uma carreira secular ou ministerial brilhante, etc. A verdade é que existe um terreno fértil no Brasil, para esse tipo de coisa. Deixa eu te dizer uma coisa: Pare com esse negócio de sair atrás de “revelações”. A Vontade de Deus, é para ser experimentada, conforme Romanos 12:2b: “..para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.. Porque somos instruídos pela Palavra, a andar por fé, não por vistas, não por emoção. E fé conforme Hebreus 11:1: “...é certeza das coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem”.
“O pão nosso de cada dia nos dá hoje”. Jesus não está prometendo riquezas aqui, como o pessoal da teologia da prosperidade diz. Ele está ensinando a orar pedindo a Deus, o seu pão cotidiano.
“Perdoa-nos a nossa dívida, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” – Tem gente, que tem dificuldades de perdoar até a si próprio, quanto mais aos outros. Receba o perdão de Deus para a sua vida, e depois use de misericórdia para com os outros também. E lembre-se: quando você perdoa, você é o maior beneficiário.
“Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal” – O diabo tenta, mas não obriga ninguém a pecar. Hoje ele se transformou em muitas igrejas, numa figura quase vicária, levando a culpa dos outros. Muitas pessoas querendo se justificarem, transferem para ele toda a responsabilidade. Se adulterou, foi porque o espírito do adultério os obrigou, e por aí vai. O mal tem muitas formas, sendo uma das piores, quando se transforma em anjo de luz e prega um “outro evangelho”.
"Porque teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre. Amém”. A oração começa e termina com adoração a Deus. Certa ocasião um homem, estava viajando de trem e viu um garoto sentado sozinho em uma poltrona. Aproximando-se do menino perguntou: Por que você está viajando sozinho, porventura não tem medo? O menino respondeu: Eu não tenho medo, porque o meu pai é o maquinista.
Nós também, estamos em uma viagem no trem da vida, e eu termino esta mensagem dizendo para você, que tem medo e ansiedade com relação ao futuro. Não tenha medo, confie no Senhor, porque o nosso Pai Celestial é o maquinista, Ele é o Senhor da História.
domingo, 26 de outubro de 2008
O SILÊNCIO DE DEUS E A VOZ PROFÉTICA
Quando Deus não falou, o melhor que faço é estar calado. Ou então ter coragem de falar apenas em meu próprio nome. No silêncio de Deus é melhor falar como ateu sensato do que como profeta devoto, que põe na boca de Deus lindas palavras que ele não disse. No silêncio de Deus, o homem tem total direito à palavra. Mas tal direito deve ser exercido em nome do homem, correndo ele o risco de ser julgado pela História como homem. O problema é quando no silêncio de Deus, falamos em nome dele, ainda que digamos o que há de melhor em nosso sistematizações teológicas. Um aspecto interessante sobre os profetas, é que eles eram gente sem nenhuma investidura religiosa oficial. Assim, era na informalidade da vida que Deus estava falando aos poderes constituídos. A Palavra de Deus estava sendo trazida por gente simples. O julgamento dessa Palavra de Deus aos líderes constituídos da nação, não vinha da classe sacerdotal, muito bem organizada e profundamente comprometida com o rei. A Palavra de Deus quase sempre foi leiga na História. Deus nunca falou oficialmente. Ele sempre usou os leigos para se fazer ouvir. Ele usa pessoas leigas, porém intrépidas. A intrepidez dos profetas vinha do fato, de que eles eram pessoas profundamente vinculadas à realidade do pacto de Deus com seu povo. Eles conheciam a Deus e conheciam o povo de Deus. A comunhão do povo de Deus eram os elementos atualizadores da mensagem dos profetas. O fato de que as agonias do pobre, dos oprimidos, aflitos e necessitados, estavam sendo ouvidas pelas profetas com uma dor contemporânea, é que dava a eles a possibilidade de pregarem sempre algo novo. Os genuínos profetas não ocupavam um escritório de profeta, apenas apareciam na cena da vida, quando necessário. E mais: os grandes e relevantes profetas de Israel, não eram frutos das chamadas escolas de profetas da época. As escolas de profetas já eram um meio caminho para a institucionalização do ministério profético, o que, sem dúvida, veio a ser um grande mal em Israel. Ninguém aprende a ser profeta. E os que o foram ou são, quase sempre gostariam de ser outra coisa, menos profeta. Por isso, devo dizer que, viver o ministério profético na atualidade significará, possivelmente ter algo a dizer aos poderes oficiais e não-oficiais constituídos na sociedade secular à qual pertencemos, bem como à igreja como instituição que muitas vezes, à semelhança de Israel no passado, se afasta do Senhor e o trai, quando abençoa de maneira messianicamente apaixonada ou quando se relaciona de maneira oportunista com tais poderes (principalmente em um ano de eleição como este). Na vida de Jesus, vemo-lo confrontando tanto a “igreja” (no sentido de que Israel, era também assembléia do povo de Deus), como o Estado. O ministério profético de Jesus para com a “igreja” aparece também no seu enfrentamento da instituição religiosa em si mesma. Mas aqui, chegamos a um ponto de difícil aceitação. Isso porque nós evangélicos, aceitamos o juízo de Deus como podendo vir com força sobre a igreja católica. Mas sobre nós, nossos membros, nossos pastores, nossos mestres, nossos teólogos, nossas instituições, julgamos uma heresia tal pensamento. A igreja protestante – a difusa igreja evangélica – está exatamenteno ponto de petrificação do processo religioso, no qual Jesus encontrou o judaísmo dos seus dias. Mas não somos capazes de ver isso. Dessa forma devemos dizer que muito daquilo que Jesus disse aos religiosos dos seus dias, deveria ser ouvido por nós hoje com temos e tremor. Jesus proferiu discursos contra os religiosos hipócritas, desalmados, mentirosos, cínicos, legalistas e superficiais do seu tempo. A nossa questão deveria ser: será que isso não têm nada a ver conosco? Esquecemos de como Jesus abominou a teologia correta que não gerava correção das deformações religiosas (Mateus 23: 1-3), o legalismo que achatava a psique humana ( Mateus 23:4), a espiritualidade estereotipada e encenada no palco da fé (Mateus 23:5-7), os títulos eclesiásticos enfatuados e autoreinvidicados (Mateus 23:8-12), as teologias de estreitamento da Graça ( Mateus 23:13), as preces usadas como chantagem emocional para tirar dinheiro dos pobres ( Mateus 23:14), o proselitismo separatista e desalmado (Mateus 23:15), os jeitinhos teológicos dados para esvaziar os conteúdos de causas e pessoas a fim de se dar valor às coisas da religião (Mateus 23:16-22). Esquecemos de como Jesus detestava a inversão de valores na hierarquia dos mandamentos e sua importância (Mateus 23:23,24), de como odiava as aparências falsas e sem correspondência no interior do ser (Mateus 23:25-28), de como enxergava com despreso o busto dos profetas em praça pública, pelo fato de que eles só eram honrados, porque já não estavam mais vivos para incomodar os líderes religiosos (Mateus 23: 29-35). Esquecemos sobretudo que para Jesus, sempre que tais coisas acontecem, fosse no judaísmo, seja na igreja, o juízo divino não pode falhar: “Em verdade vos digo, que todas essas coisas, hão de vir sobre a presente geração” (Mateus 23:36). No Apocalipse, Jesus diz: “Eu sou aquele que sonda mente e coração e vos darei a cada um segundo as suas obras” (Apocalipse 2:23). As cartas às igrejas da Ásia nos falam da necessidade de que a igreja se arrepende de sua indiferença e arrogância (Ap. 2:4,5), do sincretismo e da impureza (Ap. 2:14,15), dos adultérios praticados com naturalidade no âmbito da comunidade por líderes da igreja (Ap. 2:20,21), e da soberba autoglorificante resultante de um sentimento de autonomia (Ap. 3:15-19). E isso foi escrito enquanto havia discípulos da primeira geração ainda vivos, como João. E hoje?
terça-feira, 21 de outubro de 2008
ONDE ESTÁ O TEU DEUS?
"Como a corça anseia pelas águas vivas, assim minha alma suspira por ti, ó meu Deus. Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei contemplar a face de Deus? Minhas lágrimas se converteram em alimento dia e noite, enquanto me repetem sem cessar: Teu Deus, onde está? Lembro-me, e esta recordação me parte a alma, como ia entre a mltidão, e os conduzia à casa de Deus, entre gritos de júbilo e louvor de uma multidão em festa. Por que te deprimes, ó minha alma, e te inquietas dentro de mim? Espera em Deus, porque ainda hei de louvá-lo: ele é minha salvação e meu Deus." Salmo 42.
Quando os caminhos de Deus são inescrutáveis, uma pergunta como essa pode ser terrível, geradora de crises existenciais. Há horas nas quais simplesmente a teologia não resolve, as filosofias ficam mofadas, os conceitos de bem e de mal, tornam-se absoletos, caducos e esclerosados. Diante do inescrutável, quem tenta responder a ela, pode correr o risco de se transformar numa corça bramindo, sem encontrar o Deus da sua vida, mergulhando desesperado, ao léu da correnteza da alma, sem conseguir parar de imergir na crise da própria existência. É a doença que chega de repente; á a agonia que assola ante a visão de um parente se autodestruindo; é a mulher que pergunta: Esse Jesus é escuta mesmo a oração? Porque as coisas não mudam dentro de casa, em relação ao marido. São pais desesperados, na ânsia de verem os filhos transformados, sem que nada aconteça; é o pai honesto, que de repente se vê sem emprego, sem o seu ganha-pão; é o homem que na sua confissão de fé, no seu vazamento de convicções cristãs, de repente é atingido pela tragédia e encontra na boca dos adversários, a descrença: "O teu Deus, onde está?"
Como libertar-se de situações, emocionais, deprimentes? Como escapar a uma cova sem fundo, um abismo escuro, uma sede imensa, um conflito tirano?
Em primeiro lugar, precisamos inquirir, quais são as razões de nossa alma. Veja o que diz o versículo 11: "Por que estás abatida, ó minha alma?" A primeira coisa a fazer para enfrentar essa cova, essa depressão terrível, é começar a questionar razões. Você vai descobrir um poço de autopiedade. Porque somos "fiéis" ou porque cantamos e erguemos as mãos, achamos que Deus tem, obrigação de não permitir que nada de ruim nos aconteça. Porque somos crentes no Deus de Abraão nos bons dias do patriarca, esquecemos que, esse mesmo Deus é também do Deus de Moriá (sacrifício de Isaque) e de Jó. Pergunte, pois à sua alma, qual a razão de ela estar azeda de amargura, transbordante de autopiedade, tentando justificar, suas atitudes de entrega, depressão, sofrimento, lágrima e agonia.
Em segundo lugar, se queremos sair dessa situação, precisamos afirmar à alma, que o auxílio de Deus não falha. Precisamos dizer a nós mesmos, que o socorro vem, não demora. Na última parte do versículo 11, diz: "Espera em Deus, pois ainda o louvarei". Eu gosto deste "ainda", porque enquanto houver um "ainda" na vida, está tudo bem. "Espera em Deus pois ainda o louvarei, a Ele, meu auxílio e Deus meu". Ainda virá o socorro; ainda surgirá o livramento; ainda nascerá salvação; ainda virá libertação. Espera em Deus. Deixa que perguntem: "Onde está o teu Deus?" Literalmente ri por último, quem ri melhor. Deus não te abandonou, Ele é o Emanuel - Deus conosco. Deus aqui, Deus agora, para sempre ao nosso lado, até a consumação dos séculos. Amém.
Quando os caminhos de Deus são inescrutáveis, uma pergunta como essa pode ser terrível, geradora de crises existenciais. Há horas nas quais simplesmente a teologia não resolve, as filosofias ficam mofadas, os conceitos de bem e de mal, tornam-se absoletos, caducos e esclerosados. Diante do inescrutável, quem tenta responder a ela, pode correr o risco de se transformar numa corça bramindo, sem encontrar o Deus da sua vida, mergulhando desesperado, ao léu da correnteza da alma, sem conseguir parar de imergir na crise da própria existência. É a doença que chega de repente; á a agonia que assola ante a visão de um parente se autodestruindo; é a mulher que pergunta: Esse Jesus é escuta mesmo a oração? Porque as coisas não mudam dentro de casa, em relação ao marido. São pais desesperados, na ânsia de verem os filhos transformados, sem que nada aconteça; é o pai honesto, que de repente se vê sem emprego, sem o seu ganha-pão; é o homem que na sua confissão de fé, no seu vazamento de convicções cristãs, de repente é atingido pela tragédia e encontra na boca dos adversários, a descrença: "O teu Deus, onde está?"
Como libertar-se de situações, emocionais, deprimentes? Como escapar a uma cova sem fundo, um abismo escuro, uma sede imensa, um conflito tirano?
Em primeiro lugar, precisamos inquirir, quais são as razões de nossa alma. Veja o que diz o versículo 11: "Por que estás abatida, ó minha alma?" A primeira coisa a fazer para enfrentar essa cova, essa depressão terrível, é começar a questionar razões. Você vai descobrir um poço de autopiedade. Porque somos "fiéis" ou porque cantamos e erguemos as mãos, achamos que Deus tem, obrigação de não permitir que nada de ruim nos aconteça. Porque somos crentes no Deus de Abraão nos bons dias do patriarca, esquecemos que, esse mesmo Deus é também do Deus de Moriá (sacrifício de Isaque) e de Jó. Pergunte, pois à sua alma, qual a razão de ela estar azeda de amargura, transbordante de autopiedade, tentando justificar, suas atitudes de entrega, depressão, sofrimento, lágrima e agonia.
Em segundo lugar, se queremos sair dessa situação, precisamos afirmar à alma, que o auxílio de Deus não falha. Precisamos dizer a nós mesmos, que o socorro vem, não demora. Na última parte do versículo 11, diz: "Espera em Deus, pois ainda o louvarei". Eu gosto deste "ainda", porque enquanto houver um "ainda" na vida, está tudo bem. "Espera em Deus pois ainda o louvarei, a Ele, meu auxílio e Deus meu". Ainda virá o socorro; ainda surgirá o livramento; ainda nascerá salvação; ainda virá libertação. Espera em Deus. Deixa que perguntem: "Onde está o teu Deus?" Literalmente ri por último, quem ri melhor. Deus não te abandonou, Ele é o Emanuel - Deus conosco. Deus aqui, Deus agora, para sempre ao nosso lado, até a consumação dos séculos. Amém.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
A MENSAGEM DE JUDAS AOS LÍDERES CRISTÃOS - PARTE 03
Existe uma tendência de pensar que as coisas relacionadas à Igreja, a Deus e ao homem — especialmente o charlatanismo espiritual, do tipo praticado largamente hoje em dia — não têm maiores conseqüências na vida. Judas, no entanto, pensava diferente!
Toda "mentira espiritual" é duplamente maligna. Primeiramente por ser mentira e também por ser dita em nome de Deus. Mesmo as nossas muitas mentiras para a glória de Deus são abomináveis. Mentiras para a glória de Deus são essas nas quais se diz que houve cura quando não houve, ou que houve um "milagre total" quando houve apenas uma "passageira melhora". Mente-se muito em nome de Deus!
É preciso discerni-los para não imitá-los, pois o fim deles é trágico: "Ai deles!" (Verso 11). É por essa razão que Judas, quando pretende mostrar quais as conseqüências históricas de se viver como dissimulador, cita exemplos do passado.
DISCÍPULOS DE CAIM
Judas diz que a vivência da Síndrome acaba conduzindo a pessoa pela mesma estrada existencial, moral, emocional, psicológica e espiritual de Caim:
"Prosseguiram pelo caminho de Caim" (verso 11).
De acordo com a narrativa do Gênesis, a caminhada de Caim foi definida por quatro marcas iniludíveis.
1. Ele foi uma pessoa que deu mais valor às ofertas espirituais aparentes do que à essência que habita o fundo do ser e aparece na existência mediante uma vida bonita. O problema não estava na oferta, mas na vida, nas obras, que não eram justas. O procedimento de Caim não era bom! Como se pode prestar um culto agradável a Deus quando o procedimento não é bom?
2. Ele foi uma pessoa que se encheu de inveja amargurada quando viu a graça de Deus agindo na vida de seu irmão.
Quando Caim viu a graça de Deus permeando a existência de Abel, ele odiou a Abel e a Deus. Caim era diferente de Barnabé (Atos 11:23,24). Por isso, quando ele viu a graça de Deus operando em Abel, seu coração se encheu de ódio. A Bíblia não diz que era ódio contra Abel. Era ódio contra os cúmplices: Deus e Abel (Gn 4.5). Caim já havia assassinado Abel no coração. O homicídio histórico era questão de tempo.
3. Ele foi uma pessoa que transformou a mente num canto escuro onde o homicídio aconteceria sem testemunhas. O tremendo nesse episódio é o fato de que o apóstolo João associa o homicídio praticado por Caim com todo sentimento de ódio que uma pessoa dirige a outra: "Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si." (1 Jo 3.15). Na mente de João o que aconteceu com Caim não era impossível de se repetir na Igreja. Daí ele tomar cuidado para que não se praticasse o homicídio emocional, "seguindo-se pelo caminho de Caim" (verso 11).
4. Ele foi uma pessoa que alegou irresponsabilidade para com o destino de seu irmão, conforme Gênesis 4:9. A última expressão do ódio é a indiferença. Por isso é que Jesus diz que o critério último mediante o qual as pessoas serão julgadas, é o da solidariedade, que é o oposto à omissão homicida e fria (Mt 25.31-46).
DISCÍPULOS DE BALAÃO
Judas descreve mais um retrato acerca de como é a trajetória do portador da Síndrome de Lúcifer, dizendo que muitos deles podiam se identificar perfeitamente com o personagem bíblico Balaão: "Movidos de ganância, se precipitaram no erro de Balaão." (Verso 11.)
Balaão foi um homem possuidor de um tremendo e inegável carisma (Nm 22.6). Tamanho era o poder espiritual que ele exercia que se cria que ele podia lançar maldição sobre toda uma sociedade (Nm 22.5). Também a Bíblia não deixa dúvida de que Balaão era alguém que tinha "contatos" diretos com Deus (Nm 22.9,20; 23.5, 16; 24.2). Todavia, diz-se dele algumas coisas que revelam, no mínimo, que não tinha uma fé tão sadia; pelo contrário, sua fé parecia ser significativamente sincretizada: ele praticava encantamentos e agouros (Nm 22.7; 24.1). Mas, levando-se em consideração que Balaão não era hebreu e que vivera até então longe de qualquer contato com o povo de Israel, esses sincretismos são compreensíveis. Balaão morava na Mesopotâmia, "junto ao rio Eufrates" (Nm 22.5). Qual foi então o "erro de Balaão"?
Judas diz que os dissimuladores dos seus dias estavam caindo no mesmo erro de Balaão: eles estavam "tomados de ganância". Já Pedro, aludindo a Balaão, diz que ele "amou o prêmio da injustiça" (2 Pe 2.15). E qual era o prêmio da injustiça? Era a recompensa que ele receberia por amaldiçoar Israel [Nm 22.7,17; 25.11). Aqui vale fazer uma digressão para mostrarmos quais os passos lisos que em geral uma pessoa dá quando deseja manipular a graça e os dons de Deus a seu favor.
Começa a duvidar do que é óbvio na palavra de Deus. Balaão pediu para a comitiva de Balaque passar a noite com ele para ele saber se Deus era um Deus de maldições (Nm 22.8). Era óbvio que ele sabia que se Deus não se vende para abençoar, quanto mais para amaldiçoar.
Quem relativiza a revelação de Deus, relativiza também a ética divina. Por isso há mais a ser dito sobre Balaão. Ele não somente era avarento e ganancioso, capaz de tentar usar a unção por "motivos interesseiros". Ele também era capaz de "transformar em libertinagem a graça de nosso Deus". Quando Balaão não conseguiu amaldiçoar o povo de Deus, resolveu ir conhecer aquele povo mais de perto. Ele pregou uma graça inconseqüente, irresponsável e promíscua. O que o profeta passou para o povo é que nada poderia quebrar o relacionamento deles com Deus. Poderiam até pecar que nada lhes aconteceria. Foi assim que ele os levou ao erro, à imoralidade e à idolatria. De fato a Bíblia imputa a Balaão tremenda consciência em relação ao que estava fazendo. E diz que as mulheres "por conselho de Balaão fizeram prevaricar os filhos de Israel" (Nm 31.16).
Balaão é, portanto, o retrato da pessoa que manipula o carisma para fins pessoais e que, relativizando a Palavra de Deus, acaba vivendo uma mística sem ética, onde a graça de Deus aparece não como graça que justifica e transforma o pecador, mas como graça que justifica o pecado e o acalenta.
Toda "mentira espiritual" é duplamente maligna. Primeiramente por ser mentira e também por ser dita em nome de Deus. Mesmo as nossas muitas mentiras para a glória de Deus são abomináveis. Mentiras para a glória de Deus são essas nas quais se diz que houve cura quando não houve, ou que houve um "milagre total" quando houve apenas uma "passageira melhora". Mente-se muito em nome de Deus!
É preciso discerni-los para não imitá-los, pois o fim deles é trágico: "Ai deles!" (Verso 11). É por essa razão que Judas, quando pretende mostrar quais as conseqüências históricas de se viver como dissimulador, cita exemplos do passado.
DISCÍPULOS DE CAIM
Judas diz que a vivência da Síndrome acaba conduzindo a pessoa pela mesma estrada existencial, moral, emocional, psicológica e espiritual de Caim:
"Prosseguiram pelo caminho de Caim" (verso 11).
De acordo com a narrativa do Gênesis, a caminhada de Caim foi definida por quatro marcas iniludíveis.
1. Ele foi uma pessoa que deu mais valor às ofertas espirituais aparentes do que à essência que habita o fundo do ser e aparece na existência mediante uma vida bonita. O problema não estava na oferta, mas na vida, nas obras, que não eram justas. O procedimento de Caim não era bom! Como se pode prestar um culto agradável a Deus quando o procedimento não é bom?
2. Ele foi uma pessoa que se encheu de inveja amargurada quando viu a graça de Deus agindo na vida de seu irmão.
Quando Caim viu a graça de Deus permeando a existência de Abel, ele odiou a Abel e a Deus. Caim era diferente de Barnabé (Atos 11:23,24). Por isso, quando ele viu a graça de Deus operando em Abel, seu coração se encheu de ódio. A Bíblia não diz que era ódio contra Abel. Era ódio contra os cúmplices: Deus e Abel (Gn 4.5). Caim já havia assassinado Abel no coração. O homicídio histórico era questão de tempo.
3. Ele foi uma pessoa que transformou a mente num canto escuro onde o homicídio aconteceria sem testemunhas. O tremendo nesse episódio é o fato de que o apóstolo João associa o homicídio praticado por Caim com todo sentimento de ódio que uma pessoa dirige a outra: "Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si." (1 Jo 3.15). Na mente de João o que aconteceu com Caim não era impossível de se repetir na Igreja. Daí ele tomar cuidado para que não se praticasse o homicídio emocional, "seguindo-se pelo caminho de Caim" (verso 11).
4. Ele foi uma pessoa que alegou irresponsabilidade para com o destino de seu irmão, conforme Gênesis 4:9. A última expressão do ódio é a indiferença. Por isso é que Jesus diz que o critério último mediante o qual as pessoas serão julgadas, é o da solidariedade, que é o oposto à omissão homicida e fria (Mt 25.31-46).
DISCÍPULOS DE BALAÃO
Judas descreve mais um retrato acerca de como é a trajetória do portador da Síndrome de Lúcifer, dizendo que muitos deles podiam se identificar perfeitamente com o personagem bíblico Balaão: "Movidos de ganância, se precipitaram no erro de Balaão." (Verso 11.)
Balaão foi um homem possuidor de um tremendo e inegável carisma (Nm 22.6). Tamanho era o poder espiritual que ele exercia que se cria que ele podia lançar maldição sobre toda uma sociedade (Nm 22.5). Também a Bíblia não deixa dúvida de que Balaão era alguém que tinha "contatos" diretos com Deus (Nm 22.9,20; 23.5, 16; 24.2). Todavia, diz-se dele algumas coisas que revelam, no mínimo, que não tinha uma fé tão sadia; pelo contrário, sua fé parecia ser significativamente sincretizada: ele praticava encantamentos e agouros (Nm 22.7; 24.1). Mas, levando-se em consideração que Balaão não era hebreu e que vivera até então longe de qualquer contato com o povo de Israel, esses sincretismos são compreensíveis. Balaão morava na Mesopotâmia, "junto ao rio Eufrates" (Nm 22.5). Qual foi então o "erro de Balaão"?
Judas diz que os dissimuladores dos seus dias estavam caindo no mesmo erro de Balaão: eles estavam "tomados de ganância". Já Pedro, aludindo a Balaão, diz que ele "amou o prêmio da injustiça" (2 Pe 2.15). E qual era o prêmio da injustiça? Era a recompensa que ele receberia por amaldiçoar Israel [Nm 22.7,17; 25.11). Aqui vale fazer uma digressão para mostrarmos quais os passos lisos que em geral uma pessoa dá quando deseja manipular a graça e os dons de Deus a seu favor.
Começa a duvidar do que é óbvio na palavra de Deus. Balaão pediu para a comitiva de Balaque passar a noite com ele para ele saber se Deus era um Deus de maldições (Nm 22.8). Era óbvio que ele sabia que se Deus não se vende para abençoar, quanto mais para amaldiçoar.
Quem relativiza a revelação de Deus, relativiza também a ética divina. Por isso há mais a ser dito sobre Balaão. Ele não somente era avarento e ganancioso, capaz de tentar usar a unção por "motivos interesseiros". Ele também era capaz de "transformar em libertinagem a graça de nosso Deus". Quando Balaão não conseguiu amaldiçoar o povo de Deus, resolveu ir conhecer aquele povo mais de perto. Ele pregou uma graça inconseqüente, irresponsável e promíscua. O que o profeta passou para o povo é que nada poderia quebrar o relacionamento deles com Deus. Poderiam até pecar que nada lhes aconteceria. Foi assim que ele os levou ao erro, à imoralidade e à idolatria. De fato a Bíblia imputa a Balaão tremenda consciência em relação ao que estava fazendo. E diz que as mulheres "por conselho de Balaão fizeram prevaricar os filhos de Israel" (Nm 31.16).
Balaão é, portanto, o retrato da pessoa que manipula o carisma para fins pessoais e que, relativizando a Palavra de Deus, acaba vivendo uma mística sem ética, onde a graça de Deus aparece não como graça que justifica e transforma o pecador, mas como graça que justifica o pecado e o acalenta.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
PRÊMIO BLOG DE OURO
Fui indicado pela Mayalu Felix (blog da Maya), ao meu terceiro selo em menos de um mês, o Prêmio BLOG DE OURO. Agradeço a Maya pela indicação e consideração.
Realmente é uma honra receber prêmios como este, que estimulam a gente a continuar trabalhando no sentido de estar através desta porta, que é o blog, postando reflexões e mensagens que anunciem a Boa Nova do Evangelho a todos.
É necessária a indicação de quinze blogs, então indico a estas duas premiações, pelo relevância na blogosfera cristã, por seu conteúdo claro, sua proposta em prol da justiça e pela busca do Reino de Deus entre nós, pelo meio midiático, os seguintes blogs:
Alice no País do Pensamento, Fraternidade do Caminho, Manhã com a Bíblia, Veredas Missionárias, Daniel's, A Seara do Rei, Marcelo Hagah, Blog do Santos dos Santos, Blog Pibb Jovem, Blog do Osiel Varela, Estreita Porta, Calvinista Graças a Deus, Assembléia de Deus - Assú/RN, Blog do Edilson Valdeci e Francivaldo Jacinto.
Realmente é uma honra receber prêmios como este, que estimulam a gente a continuar trabalhando no sentido de estar através desta porta, que é o blog, postando reflexões e mensagens que anunciem a Boa Nova do Evangelho a todos.
É necessária a indicação de quinze blogs, então indico a estas duas premiações, pelo relevância na blogosfera cristã, por seu conteúdo claro, sua proposta em prol da justiça e pela busca do Reino de Deus entre nós, pelo meio midiático, os seguintes blogs:
Alice no País do Pensamento, Fraternidade do Caminho, Manhã com a Bíblia, Veredas Missionárias, Daniel's, A Seara do Rei, Marcelo Hagah, Blog do Santos dos Santos, Blog Pibb Jovem, Blog do Osiel Varela, Estreita Porta, Calvinista Graças a Deus, Assembléia de Deus - Assú/RN, Blog do Edilson Valdeci e Francivaldo Jacinto.
domingo, 12 de outubro de 2008
AINDA NÃO É O FIM
Mensagens Para Orkut - Mensagens e Imagens Lindas
“Indo ele assentar-se no monte das Oliveiras, achegaram-se os discípulos e, estando a sós com ele, perguntaram-lhe: Quando acontecerá isto? E qual será o sinal de tua volta e do fim do mundo? Respondeu-lhes Jesus: Cuidai que ninguém vos seduza. Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu o Cristo. E seduzirão a muitos. Ouvireis falar de guerras e de rumores de guerra. Atenção: que isso não vos perturbe, porque é preciso que isso aconteça. Mas ainda não será o fim. Levantar-se-á nação contra nação, reino contra reino, e haverá fome, peste e grandes desgraças em diversos lugares. Tudo isto será apenas o início das dores. (Mateus 24:3-14).
Em 1929, houve a quebra da bolsa de Nova Iorque, e conseqüentemente houve a chamada “Grande Depressão Econômica”, se arrastando pela década de 30 e levando vários países junto. Na Alemanha, Itália, Espanha e Portugal, Brasil, houve a ascensão de governos totalitários.Hitler, Mussolini, Franco, Salazar, Getúlio Vargas. O desfecho disso, foi a Segunda Guerra Mundial, com milhões de mortos e com a eclosão da 1ª bomba atômica. Vejo o debate entre os conservadores e liberais conservadores, estatizadores e neoliberais. Mas o que está em jogo, é uma profunda mudança que ocorrerá no mundo, após está crise econômica. Os organismos internacionais, como a ONU e o FMI, estão se mostrando órgãos com limitados poderes de intervenção. Ao mesmo tempo, em que a busca por controle se torna algo insuportável.
Nos últimos cem anos, o mundo viu o ocaso do Império Britânico e viu o surgimento e fortalecimento dos Impérios Soviético e Americano. Ora, o Império Soviético acabou e estamos vendo a queda do Império Americano.
Estamos assistindo ao aparecimento de novos conjuntos de nações e de confederações de Estados unidos por interesses nunca revelados.
Provavelmente tudo isto aconteça bem devagar, mas, certamente acontecerá.
A morte dos impérios ocidentais abre novos espaços nas almas humanas.
Os Hindus antes, pacifistas no estilo Gandhi, agora vemos radicais perseguirem com violência os cristãos na Índia.
Os budistas vêem a derrocada do ocidente cristão em silêncio. Para eles chegou a hora, dos que ficam em silêncio e não faziam discursos, fazê-los agora. Atualmente os livros do Dalai Lama, são sucesso de vendas em vários países, inclusive o Brasil.
Entretanto, nenhum grupo religioso se sente mais vitorioso no momento do que os radicais islâmicos.
Bush com suas duas guerras, no Afeganistão e no Iraque, ajudou a debilitar a situação econômica americana.
Para quem não vê a vida com olhos cristãos ocidentais, o presente momento da história é a comprovação da falência do Cristianismo como religião e poder determinante no mundo.
A América dos aviões e das indústrias de guerra foi alvejada pelo seu próprio poder: o capitalismo selvagem.
Mais uma vez prevalece o espírito do Apocalipse como revelação, pois, à semelhança de uma Grande Babilônia, a América ouve os reis da terra clamarem: “Caiu! Caiu!” — e tudo aconteceu em meia-hora no mercado financeiro globalizado e instantâneo.
É momento de ficar de olhos bem abertos, pois o Apocalipse, está só começando.
sábado, 11 de outubro de 2008
PRÊMIO BUTTERFLY AWARD
Depois do prêmio Dardos, fui indicado a um segundo selo, pelo Lucimauro (Lucimauro*Assembléia de Deus) a premiação "Butterfly Award: for the coolest blog I ever know" (para o blog mais legal que eu já vi). Agradeço de coração a esta indicação.
Na minha indicação a este prêmio, selo, cito blogs que, também têm um conteúdo saudável:
Práxis Cristã;
Point Rhema;
Sinergismo;.
Celebrai!;
Logo News;
Blog do JP;
Eliseu Antonio Gomes.
As regras para aceitar esta premiação:
1)Colocar este logo no seu blog;
2)Adicionar o link do blog que lhe ofereceu o prêmio;
3)Indicar no mínimo 7 outros blogs;
4)Adicionar no seu blog os links destes outros blogs que acabou de premiar;
5)Comunicar os premiados.
Na minha indicação a este prêmio, selo, cito blogs que, também têm um conteúdo saudável:
Práxis Cristã;
Point Rhema;
Sinergismo;.
Celebrai!;
Logo News;
Blog do JP;
Eliseu Antonio Gomes.
As regras para aceitar esta premiação:
1)Colocar este logo no seu blog;
2)Adicionar o link do blog que lhe ofereceu o prêmio;
3)Indicar no mínimo 7 outros blogs;
4)Adicionar no seu blog os links destes outros blogs que acabou de premiar;
5)Comunicar os premiados.
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
O DRAMA DO SOFRIMENTO
Um dos livros mais antigos do mundo diz que “o homem nasce para as dificuldades, assim como as faíscas voam para cima”. (Jó 5:7).
Jamais estas palavras foram tão verdadeiras quanto hoje. O mundo todo está suspirando e sofrendo numa escala talvez desconhecida na história humana: os refugiados, os famintos, os “novos escravos”, os problemas psicológicos, os turbilhões emocionais, os casamentos desfeitos, as crianças rebeldes, o terrorismo, os reféns, as guerras e mais mil outras dificuldades que afligem todos os países do mundo. Não existe ninguém em canto algum, que esteja imune. Os ricos, os famosos, sofrem como os pobres e obscuros. Como disse o falecido ator Peter Sellers: “por trás da máscara de todos nós, palhaços, estão a tristeza e corações partidos”.
Parece que a raça humana, está se dirigindo para o clímax das lágrimas, mágoas e feridas acumuladas no decorrer dos séculos – o Armagedom!
O sofrimento é o destino comum das pessoas em toda a parte – tanto dos crentes quanto dos descrentes. Nós não buscamos tribulações deliberadamente na vida. Elas chegam. O sofrimento é um fato universal. Ninguém pode escapar das suas garras. A chuva cai sobre o justo e o pecador, diz o livro de Eclesiastes. Todos enfrentamos armagedons pessoais.
Algumas pessoas acreditam, erroneamente, que se tornar um cristão será um abrigo para as tempestades pessoais da vida. Uma história de muitos de nossos hinos religiosos rapidamente desfaz tal mito. Um grande número de nossos hinos e canções espirituais clássicos, foram compostos nas situações mais penosas da vida de seus autores.
Charlotte Elliot, escreveu “Assim como sou”, quando era uma inválida desamparada, Francês Ridley Havergal, autora de “Tome a minha vida” e muitos outros hinos, tinha uma saúde péssima. Fanny Crosby era cega e William Cowper tinha grande aflição mental, no entanto, apesar do sofrimento, nasceram lindas canções como “A salvo nos braços de Jesus” e “Deus age de uma maneira misteriosa”, respectivamente. Um livro muito amado por todos é o livro dos Salmos, onde muitos se identificam por achar nele consolo para a vida real. No entanto, muitos dos salmos foram escritos, durante períodos de crises pessoais e nacionais. O salmo 137, expressa a dor e a agonia de um povo banido de sua terra natal. Davi, o autor da maioria dos salmos, não só o herói que derrotou o gigante Golias, mas também um homem que viveu tristezas insuportáveis. Foi acusado injustamente de traição, obrigado a viver anos como fugitivo, dos seus filhos, sabe-se que alguns foram moralmente corruptos, alguns implacavelmente assassinados, um tentou um golpe de estado contra o próprio pai, outro morreu ainda bebê. Deus chamou Davi, de “um homem segundo o seu coração”. Embora fosse óbvio que Deus amava Davi, não o isentou do sofrimento.
Mesmo que nem sempre, possamos entender por que Deus permite que certas coisas aconteçam conosco, sabemos que Ele extrai o bem do mal, e o triunfo do sofrimento. Por isso, que uma das palavras que Deus mais repete na Bíblia é “não temas”. Saiba, que nada pode tocar o filho de Deus, sem Sua permissão. Então, temos que aprender tudo que Ele quer nos ensinar, utilizando todos os recursos de Deus ao nosso dispor e pedindo a Ele que faça com que tudo seja para o nosso bem e a Sua Glória. Descobri, que Deus nunca se esquece de nada. Ele conhece todas as coisas e se lembra do seu povo, de suas aflições, seus sofrimentos e de todas as suas necessidades. A única coisa que Ele esquece são os nossos pecados (Isaías 43:25).
Charles Spurgeon disse que o Senhor obtém seus melhores soldados nos píncaros da aflição. Segundo Merv Rosell, Deus podia ter deixado Daniel do lado de fora do covil do leão. Mas, Deus nunca prometeu-nos deixar de fora de situações difíceis. O que Ele prometeu foi acompanhar-nos em cada situação difícil e fazer com que saíssemos vitoriosos.
Jamais estas palavras foram tão verdadeiras quanto hoje. O mundo todo está suspirando e sofrendo numa escala talvez desconhecida na história humana: os refugiados, os famintos, os “novos escravos”, os problemas psicológicos, os turbilhões emocionais, os casamentos desfeitos, as crianças rebeldes, o terrorismo, os reféns, as guerras e mais mil outras dificuldades que afligem todos os países do mundo. Não existe ninguém em canto algum, que esteja imune. Os ricos, os famosos, sofrem como os pobres e obscuros. Como disse o falecido ator Peter Sellers: “por trás da máscara de todos nós, palhaços, estão a tristeza e corações partidos”.
Parece que a raça humana, está se dirigindo para o clímax das lágrimas, mágoas e feridas acumuladas no decorrer dos séculos – o Armagedom!
O sofrimento é o destino comum das pessoas em toda a parte – tanto dos crentes quanto dos descrentes. Nós não buscamos tribulações deliberadamente na vida. Elas chegam. O sofrimento é um fato universal. Ninguém pode escapar das suas garras. A chuva cai sobre o justo e o pecador, diz o livro de Eclesiastes. Todos enfrentamos armagedons pessoais.
Algumas pessoas acreditam, erroneamente, que se tornar um cristão será um abrigo para as tempestades pessoais da vida. Uma história de muitos de nossos hinos religiosos rapidamente desfaz tal mito. Um grande número de nossos hinos e canções espirituais clássicos, foram compostos nas situações mais penosas da vida de seus autores.
Charlotte Elliot, escreveu “Assim como sou”, quando era uma inválida desamparada, Francês Ridley Havergal, autora de “Tome a minha vida” e muitos outros hinos, tinha uma saúde péssima. Fanny Crosby era cega e William Cowper tinha grande aflição mental, no entanto, apesar do sofrimento, nasceram lindas canções como “A salvo nos braços de Jesus” e “Deus age de uma maneira misteriosa”, respectivamente. Um livro muito amado por todos é o livro dos Salmos, onde muitos se identificam por achar nele consolo para a vida real. No entanto, muitos dos salmos foram escritos, durante períodos de crises pessoais e nacionais. O salmo 137, expressa a dor e a agonia de um povo banido de sua terra natal. Davi, o autor da maioria dos salmos, não só o herói que derrotou o gigante Golias, mas também um homem que viveu tristezas insuportáveis. Foi acusado injustamente de traição, obrigado a viver anos como fugitivo, dos seus filhos, sabe-se que alguns foram moralmente corruptos, alguns implacavelmente assassinados, um tentou um golpe de estado contra o próprio pai, outro morreu ainda bebê. Deus chamou Davi, de “um homem segundo o seu coração”. Embora fosse óbvio que Deus amava Davi, não o isentou do sofrimento.
Mesmo que nem sempre, possamos entender por que Deus permite que certas coisas aconteçam conosco, sabemos que Ele extrai o bem do mal, e o triunfo do sofrimento. Por isso, que uma das palavras que Deus mais repete na Bíblia é “não temas”. Saiba, que nada pode tocar o filho de Deus, sem Sua permissão. Então, temos que aprender tudo que Ele quer nos ensinar, utilizando todos os recursos de Deus ao nosso dispor e pedindo a Ele que faça com que tudo seja para o nosso bem e a Sua Glória. Descobri, que Deus nunca se esquece de nada. Ele conhece todas as coisas e se lembra do seu povo, de suas aflições, seus sofrimentos e de todas as suas necessidades. A única coisa que Ele esquece são os nossos pecados (Isaías 43:25).
Charles Spurgeon disse que o Senhor obtém seus melhores soldados nos píncaros da aflição. Segundo Merv Rosell, Deus podia ter deixado Daniel do lado de fora do covil do leão. Mas, Deus nunca prometeu-nos deixar de fora de situações difíceis. O que Ele prometeu foi acompanhar-nos em cada situação difícil e fazer com que saíssemos vitoriosos.
domingo, 5 de outubro de 2008
CONVERTIDOS OU CONVENCIDOS?
Os americanos gostam muito de pesquisa de opinião. Recentemente um comentário sobre o livro: “O escândalo da consciência evangélica”, de Ronald Sider, no qual, a partir de dados estatísticos colhidos em pesquisas encomendadas aos institutos Gallup e Barna, além de levantamentos feitos por universidades, o autor traça um retrato da Igreja Evangélica nos Estados Unidos. E a conclusão é trágica. As pesquisas indicaram que o padrão de comportamento dos cristãos – não os nominais, mas aqueles que, afirmam ter nascido de novo e que participam regularmente de suas igrejas – não é em nada diferente daqueles que se declaram não-cristãos.
O índice de casos de divórcio e adultério e o uso de pornografia entre os adultos cristãos e os não-cristãos é o mesmo. O percentual de doações que os cristãos fazem em suas igrejas caiu ao mesmo tempo em que a renda per capita aumentou muitíssimo, o que mostra que o materialismo e o estilo de vida individualista entre eles não diferem muito do daqueles que se declaram sem religião. No grupo dos cristãos, a atividade sexual de adolescentes e jovens antes do casamento e o índice de doenças sexualmente transmitidas ficam apenas um pouco atrás do que a média nacional. Episódios de racismo, abusos e a violência doméstica também apresentam índices alarmantes entre o segmento que diz conhecer Jesus.
Diante destes dados, o referido livro, traz à luz a profunda hipocrisia do cristianismo e a completa irrelevância do testemunho da Igreja na América do Norte. Infelizmente, não temos pesquisas desta natureza aqui no Brasil, mas dá para arriscar, mesmo que empiricamente, dizer que nossa situação, não é nada melhor do que a deles No entanto, o problema maior, é um dado estatístico que aparece nessas pesquisas e diz que apenas 9% dos cristãos adultos e 2% dos cristãos adolescentes e jovens têm uma cosmovisão bíblica. Ou seja, quase 90% do chamado povo de Deus não interpretam a realidade, a cultura, o mundo, o trabalho, as relações, a sexualidade e outros aspectos da vida a partir de um fundamento bíblico – daí, não fica tão difícil entender porque os cristãos em nada diferem dos não-cristãos em seu testemunho ético e moral.
Minha preocupação, olhando para o cenário brasileiro, não é em relação a algum aspecto particular da conduta moral ou ética dos crentes, mas com a ausência de um fundamento bíblico, teológico e doutrinário para a vida e missão cristã. O marco inicial da vida cristã é nossa conversão a Cristo. Este é o evento que estabelece o ponto de partida da nova vida em Jesus. O apóstolo Paulo descreve tal evento com as seguintes palavras: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gálatas 2:20). É assim que ele resumidamente descreve o que aconteceu desde o dia em que o Salvador se revelou a ele no caminho de Damasco. Agora, Paulo reconhece que o “velho Saulo” já não vive mais, mas é Cristo que vive pelo poder do Espírito Santo nele. Trata-se de uma nova vida vivida agora pela fé e naquilo que Jesus fez por ele. Isto é o que chamamos de conversão.
Naquele momento em que o Senhor se revelou a ele, Paulo reconheceu que tudo que ele pensava ser certo, toda a sua religiosidade que fez dele um homem tão íntegro e responsável, na verdade estava levando-o para um caminho completamente oposto ao de Deus. Ele, que se julgava um grande amigo de Deus, fazendo o melhor que podia para preservar a pureza daquilo que cria ser a sua vontade, viu-se como um inimigo do Senhor ao ouvir de Cristo: “Sou Jesus, a quem você está perseguindo”.
Aquele encontro transformou radicalmente, e para sempre, a vida de Paulo. Ainda caído no chão, ouviu Jesus dizer a ele: “Agora, levante-se, fique em pé. Eu lhe apareci para constituí-lo servo e testemunha do que você viu a meu respeito e do que lhe mostrarei”. Paulo ergueu-se para iniciar uma nova jornada, uma nova vida, uma nova missão. Depois de passar três anos na Arábia, ele volta para Jerusalém e inicia seu longo ministério, proclamando as boas novas do Evangelho de Cristo ao mundo.
Paulo tinha uma vida comum a muitas pessoas. Era um homem íntegro, zeloso e coerente com suas convicções, como alguns de nós. No entanto, quando Cristo se revelou como Filho de Deus e Salvador, ele se entregou completamente. As coisas velhas ficaram para trás; suas antigas ambições foram abandonadas, seus velhos princípios, valores e conceitos, também foram deixados para trás. Não era mais o mundo quem determinava o certo ou o errado, nem mesmo sua consciência tinha a última palavra – o que lhe importava era Cristo, sua palavra, sua cruz, sua ressurreição, sua vontade. Foi uma experiência que mudou a compreensão que Paulo tinha do mundo e dos seus valores, alterando radicalmente sua cosmovisão e estabelecendo novos paradigmas que iriam conduzir sua vida, seus valores, princípios e trabalho.
Temos perdido este conceito tão central e fundamental da conversão. Muitos não estão se convertendo a Cristo, mas sendo convencidos de uma religião. O Cristo que queremos servir não é mais aquele que se revela a nós, mas um que criamos a partir daquilo que nos interessa. A vida cristã não significa mais o “ser nova criatura”, mas permanecer sendo a mesma criatura, com um leve toque de verniz religioso. Não é mais a voz de fora que fala conosco, mas uma voz de dentro, um apelo nascido da vaidade, do medo, do egoísmo e dos desejos confusos e desordenados que povoam nossa natureza caída.
Precisamos recuperar o significado de dizer: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”. Precisamos voltar a viver pela fé no Filho de Deus, e não pelos impulsos da nossa natureza caída ou atraídos pelo fascínio de uma cultura que nega a cruz de Cristo.
O índice de casos de divórcio e adultério e o uso de pornografia entre os adultos cristãos e os não-cristãos é o mesmo. O percentual de doações que os cristãos fazem em suas igrejas caiu ao mesmo tempo em que a renda per capita aumentou muitíssimo, o que mostra que o materialismo e o estilo de vida individualista entre eles não diferem muito do daqueles que se declaram sem religião. No grupo dos cristãos, a atividade sexual de adolescentes e jovens antes do casamento e o índice de doenças sexualmente transmitidas ficam apenas um pouco atrás do que a média nacional. Episódios de racismo, abusos e a violência doméstica também apresentam índices alarmantes entre o segmento que diz conhecer Jesus.
Diante destes dados, o referido livro, traz à luz a profunda hipocrisia do cristianismo e a completa irrelevância do testemunho da Igreja na América do Norte. Infelizmente, não temos pesquisas desta natureza aqui no Brasil, mas dá para arriscar, mesmo que empiricamente, dizer que nossa situação, não é nada melhor do que a deles No entanto, o problema maior, é um dado estatístico que aparece nessas pesquisas e diz que apenas 9% dos cristãos adultos e 2% dos cristãos adolescentes e jovens têm uma cosmovisão bíblica. Ou seja, quase 90% do chamado povo de Deus não interpretam a realidade, a cultura, o mundo, o trabalho, as relações, a sexualidade e outros aspectos da vida a partir de um fundamento bíblico – daí, não fica tão difícil entender porque os cristãos em nada diferem dos não-cristãos em seu testemunho ético e moral.
Minha preocupação, olhando para o cenário brasileiro, não é em relação a algum aspecto particular da conduta moral ou ética dos crentes, mas com a ausência de um fundamento bíblico, teológico e doutrinário para a vida e missão cristã. O marco inicial da vida cristã é nossa conversão a Cristo. Este é o evento que estabelece o ponto de partida da nova vida em Jesus. O apóstolo Paulo descreve tal evento com as seguintes palavras: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gálatas 2:20). É assim que ele resumidamente descreve o que aconteceu desde o dia em que o Salvador se revelou a ele no caminho de Damasco. Agora, Paulo reconhece que o “velho Saulo” já não vive mais, mas é Cristo que vive pelo poder do Espírito Santo nele. Trata-se de uma nova vida vivida agora pela fé e naquilo que Jesus fez por ele. Isto é o que chamamos de conversão.
Naquele momento em que o Senhor se revelou a ele, Paulo reconheceu que tudo que ele pensava ser certo, toda a sua religiosidade que fez dele um homem tão íntegro e responsável, na verdade estava levando-o para um caminho completamente oposto ao de Deus. Ele, que se julgava um grande amigo de Deus, fazendo o melhor que podia para preservar a pureza daquilo que cria ser a sua vontade, viu-se como um inimigo do Senhor ao ouvir de Cristo: “Sou Jesus, a quem você está perseguindo”.
Aquele encontro transformou radicalmente, e para sempre, a vida de Paulo. Ainda caído no chão, ouviu Jesus dizer a ele: “Agora, levante-se, fique em pé. Eu lhe apareci para constituí-lo servo e testemunha do que você viu a meu respeito e do que lhe mostrarei”. Paulo ergueu-se para iniciar uma nova jornada, uma nova vida, uma nova missão. Depois de passar três anos na Arábia, ele volta para Jerusalém e inicia seu longo ministério, proclamando as boas novas do Evangelho de Cristo ao mundo.
Paulo tinha uma vida comum a muitas pessoas. Era um homem íntegro, zeloso e coerente com suas convicções, como alguns de nós. No entanto, quando Cristo se revelou como Filho de Deus e Salvador, ele se entregou completamente. As coisas velhas ficaram para trás; suas antigas ambições foram abandonadas, seus velhos princípios, valores e conceitos, também foram deixados para trás. Não era mais o mundo quem determinava o certo ou o errado, nem mesmo sua consciência tinha a última palavra – o que lhe importava era Cristo, sua palavra, sua cruz, sua ressurreição, sua vontade. Foi uma experiência que mudou a compreensão que Paulo tinha do mundo e dos seus valores, alterando radicalmente sua cosmovisão e estabelecendo novos paradigmas que iriam conduzir sua vida, seus valores, princípios e trabalho.
Temos perdido este conceito tão central e fundamental da conversão. Muitos não estão se convertendo a Cristo, mas sendo convencidos de uma religião. O Cristo que queremos servir não é mais aquele que se revela a nós, mas um que criamos a partir daquilo que nos interessa. A vida cristã não significa mais o “ser nova criatura”, mas permanecer sendo a mesma criatura, com um leve toque de verniz religioso. Não é mais a voz de fora que fala conosco, mas uma voz de dentro, um apelo nascido da vaidade, do medo, do egoísmo e dos desejos confusos e desordenados que povoam nossa natureza caída.
Precisamos recuperar o significado de dizer: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”. Precisamos voltar a viver pela fé no Filho de Deus, e não pelos impulsos da nossa natureza caída ou atraídos pelo fascínio de uma cultura que nega a cruz de Cristo.
Assinar:
Postagens (Atom)